28/11/2019 - 16:45 | última atualização em 28/11/2019 - 16:57

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Reflexões sobre o racismo religioso pautam último encontro da série Novembro negro e de luta

Cássia Bittar

Na noite desta quarta-feira, dia 27,  a Comissão de Direitos Sociais e Articulação Sociopopular da OABRJ realizou o terceiro evento da série Novembro negro e de luta, que promoveu para trazer, no mês da Consciência Negra, reflexões variadas sobre a luta contra o racismo em suas diversas formas de manifestação na sociedade.

“Compreendemos que era importante realizar um ciclo de discussões dos mais variados temas nesse mês e não nos atermos necessariamente a algo específico para o dia 20 de novembro”, disse o presidente, Marcelo Chalreo.

O evento contou com a exibição do documentário Nosso sagrado (2017), de Fernando Sousa, Gabriel Barbosa e Jorge Santana, que denuncia a perseguição e o racismo religioso contra o Candomblé, a Umbanda e outras religiões de matriz africana, criminalizadas na Primeira República e na Era Vargas.

Durante esse período, mais de 200 peças religiosas foram apreendidos pela polícia. Já expostas com o nome de “Coleção Magia Negra”, elas se encontram sob a posse do Museu da Polícia Civil do Rio de Janeiro, fato que há dois anos fez eclodir o movimento Liberte nosso sagrado, encampado pela Seccional, que pede a recuperação dos objetos afro-brasileiros para um local apropriado.

“Ainda existe hoje um imaginário negativo sobre o povo de terreiro”, afirmou Mãe Nilce d´Iansã, Iyá Egbé do Ilê Omolu Oxum, que também é coordenadora da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde. “O que as pessoas não sabem é que o terreiro acolhe, orienta, encaminha”.

Mãe Nilce d´Iansã contou sua história de empoderamento dentro do terreiro, onde se tornou uma empresária no ramo da culinária, obtendo renda para financiar inclusive projetos sociais no local: “O terreiro é também espaço de promoção de saúde, de prática de nossos saberes. É importante ocuparmos seu espaço para fazer palestras e eventos sociais”.

O evento também contou com a participação de Jorge Santana, um dos diretores do filme; da Yaô de Oyá Dani Bastos, que falou sobre a cultura do Maracatu e do samba de coco; e do membro da comissão João Pedro

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