08/05/2015 - 15:44

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Comissão da Verdade da Escravidão Negra toma posse

08/05/2015 - 15:44

Comissão da Verdade da Escravidão Negra toma posse

Em clima de resgate histórico, entidades representativas do movimento negro lotaram o auditório da Seccional no dia 30 de março para prestigiar a posse da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, que pretende levantar a história e a memória dos 350 anos de cativeiro, e assim responsabilizar os beneficiados com o regime de exploração e buscar uma forma de reparação aos que ainda hoje sofrem as conseqüências do período.

Segundo o presidente recém-empossado Marcelo Dias, que também comanda a Comissão de Igualdade Racial da Seccional, o trabalho constituirá em audiências públicas em todo o Rio de Janeiro, visitas a terreiros e comunidades quilombolas, além de contato com as universidades. “A OAB/RJ será nossa casa, nosso ponto de encontro, para que mais pessoas possam vir e trazer irmãos para participarem. Ao final, produziremos um relatório completo do que foi esse período no Brasil”, afirmou. 

Representando o presidente Felipe Santa Cruz, o tesoureiro da OAB/RJ, Luciano Bandeira, pôs a Seccional à disposição da comissão. “Orgulha muito à Ordem esse trabalho que vai trazer importantes resultados e criar meios para apagar essa mancha na história”, disse.

O presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra do Conselho Federal, Humberto Adami, ressaltou que é preciso tirar o negro brasileiro da situação de cidadão de segunda categoria, e que ele precisa sair da base da pirâmide social e assumir posições de destaque. “As cotas são instrumentos importantes de ação afirmativa, mas ainda são muito pouco em relação ao apagamento da escravidão. Vamos aumentar a conta da reparação da escravidão negra no Brasil”, destacou.

O presidente da Caarj, Marcello Oliveira, afirmou que a advocacia é uma profissão conservadora, mas que o empoderamento do negro pode construir um espaço de desenvolvimento na sociedade. “Assumo o compromisso de dar espaço e apoio necessário para essas pautas. Mas sei que muito dificilmente repararemos o que todo o povo negro sofreu”, salientou.
 

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