08/03/2023 - 09:10 | última atualização em 09/03/2023 - 21:00

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O 8 de Março pela ótica da mulher advogada evidencia o machismo que permeia o exercício profissional delas

OABRJ usa relatos reais em vídeos, educa com cartilhas temáticas e abre canais específicos de denúncia

Clara Passi




A advocacia feminina fluminense não está imune ao machismo estrutural
que permeia as relações sociais no país e, portanto, as trabalhistas. A realidade dessa profissional é bem distante do clima florido, adocicado e cor-de-rosa que o senso comum estabelece para este Dia Internacional da Mulher. Passa por assédio sexual nos ambientes de trabalho, falta de observância por parte dos servidores públicos das prerrogativas específicas descritas na Lei Julia Mattos (Lei 13.363/16), discrepância salarial…



Por isso, esse tema mobiliza - neste e nos demais 364 dias do ano - diversos setores da OABRJ e as comissões temáticas da casa. Motivou a instituição da paridade de gêneros nas eleições da Ordem, efetivada em 2021, a criação da Ouvidoria da Mulher, que atua de forma integrada com a Ouvidoria da OABRJ para distribuir internamente as demandas específicas, e um grupo de trabalho com esse recorte de gênero na Comissão de Enfrentamento de Violência contra Advogados. Isso sem  contar a rede articulada pela OAB Mulher RJ.




Neste dia 8 de Março, a OABRJ abriu canal para que as colegas contassem se já passaram por situações que pudessem ser identificadas como assédio ou se sentiram diminuídas por serem mulheres ao tentar defender um cliente. Entre as pessoas que se manifestaram, 83% disseram que sim. Algumas compartilharam, de forma anônima, seus relatos, que inspiraram a série de vídeos que as redes sociais da Seccional exibem a partir de hoje. O primeiro é conduzido pela vice-presidente da OABRJ, Ana Tereza Basilio (Assista aqui). 




Em cada filmete, uma personalidade da OABRJ ligada de alguma forma à militância institucional em prol da advocacia feminina comenta os casos, presta orientações de como procurar ajuda e indica o farto material que a Seccional produziu recentemente. Os principais são “O gênero como categoria jurídica - cartilha para atuação da advocacia” , a cartilha “Advocacia sem assédio” e a série de eventos promovidos pela Caarj, disponíveis no YouTube, “Advocacia sem machismo” (veja aqui a playlist)

OABRJ e Caarj acolhem advogadas vítimas de violência doméstica


Apesar de ter alto grau de instrução e acesso a informação, a mulher advogada não está menos exposta que as demais a relacionamentos abusivos. Por isso, neste Dia 8 de Março, a OABRJ se coloca mais uma vez como aliada na luta pela superação das desigualdades históricas a que as mulheres são submetidas, na vida pessoal e na profissional, com atenção especial, é claro, à mulher advogada, e sempre de forma bem prática.

Além de contar com acompanhamento em delegacias especializadas para registro de ocorrência e solicitação de medidas protetivas, as advogadas podem solicitar o recebimento do Auxílio Proteção à Mulher Advogada e serem atendidas numa sala em local sigiloso, administrada pela Caarj em parceria com a OAB Mulher RJ. Veja abaixo como acionar essa rede.


  • Denúncias sobre assédio podem ser feitas à Ouvidoria da Mulher da Seccional, através do botão “Fale com a OABRJ” no Portal da OABRJ ou pelo e-mail [email protected]

  • Em caso de violência, fale diretamente com a OAB Mulher RJ pelas redes sociais da comissão ou pelo email [email protected] e marque um horário de atendimento. As advogadas do grupo estão a postos para acompanhar quem precisa registrar ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e inserí-las na rede de apoio oferecida pela Seccional/Caarj. 

  • Quem precisar apenas de apoio psicossocial pode solicitá-lo pelo email assistê[email protected] ou pelo WhatsApp: (21) 98894-9305 . O atendimento será feito de forma sigilosa. O horário e o local do atendimento serão informados posteriormente. 

  • O pedido de Auxilio Proteção à Mulher Advogada deverá ser formalizado através de requerimento destinado à Presidência da Caarj, e encaminhado para o email [email protected] , com modelo disponível no site caarj.org.br . Veja os critérios de concessão no site.

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