12/03/2020 - 22:26 | última atualização em 13/03/2020 - 22:40

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Abertura do III Colégio de Presidentes de Subseção da gestão é marcada por discursos pelo direito das mulheres

Cássia Bittar

A luta pelo direito das mulheres, visibilizada mundialmente pelo Dia Internacional da Mulher, 8 de março, lembrado durante todo o mês, deu o tom da abertura do III Colégio de Presidentes de Subseção do triênio 2019/2021, que aconteceu na noite desta quinta-feira, dia 12, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

O evento foi iniciado pelo presidente da OABRJ, Luciano Bandeira que, cumprimentando todas as mulheres da mesa - a vice-presidente da Seccional, Ana Tereza Basílio; a diretora de Mulheres da Ordem, Marisa Gaudio; a presidente do Instituto dos Advogados do Brasil (IAB), Rita Cortez; e a presidente da OAB/Leopoldina, Talita Menezes, que é anfitriã do evento junto com o presidente da OAB/Méier, Jorge Gomes Rodrigues – afirmou que nos dias que seguem serão discutidos temas importantes para a advocacia.

Abrindo a pauta feminina, Talita celebrou o fato de o colégio estar sendo realizado em março, quando são propostas reflexões sobre o que ainda precisa ser feito na busca por igualdade de gênero. Ela pontuou também que neste mês foi realizada a ação de 21 dias de combate ao racismo. “São duas lutas que devem ser lembradas por nós, profissionais do Direito. Devemos aproveitar esses dias aqui reunidos para lembrar do nosso papel como presidentes de subseção, o poder que cada um de nós tem de interferir positivamente em nossas regiões”, observou.

Basílio agradeceu ao presidente Luciano pelo apoio à luta feminina e afirmou que as mulheres estão, cada vez mais, ocupando espaços sociais: “Temos um colégio com uma grande quantidade de presidentes de subseção mulheres, trabalhadoras. Estamos cada vez mais mostrando nossa eficiência, buscando participação no mercado”, observou, homenageando, também, Rita Cortez.

A presidente do IAB, por sua vez, frisou que a luta das mulheres é “de toda a advocacia”. Ela pautou seu discurso, porém, na necessidade de união da classe para atravessar o momento conturbado que o país enfrenta social e economicamente. “O IAB tem marchado junto com a Ordem em questões que são muito importantes: a defesa dos direitos civis, das garantias dos direitos fundamentais e, principalmente, do direito da advocacia. Uma profissão sofrida, que tem hoje dignidade no exercício da sua função e que ainda sofre com políticas que tentam nos colocar como verdadeiros marginais. Quem tem que fazer frente a isso são as entidades de representação e aí entra o sistema OAB”.

Marisa Gaudio afirmou que é importante, também, comemorar no mês de março as conquistas das mulheres que trouxeram as advogadas até aqui, tendo voz para discursar em um evento. “Não faz muito tempo, nós não votávamos, não podíamos nos divorciar, não podíamos participar de esportes. E a gente sente diariamente ainda hoje o machismo estruturado no nosso dia a dia, em coisas que nossos colegas homens muitas vezes não percebem”.

Ela observou que a pauta poderia soar repetitiva por estar sendo abordada por todas na mesa, mas que era uma demanda natural: “As mulheres não participam de muitas coisas quando se faz política – e isso está mudando na Ordem. Mas a realidade na grande parte dos lugares é que a política é feita no copo de whisky, na caneca de chope, as mulheres estão alijadas desse momento. Vale a reflexão se vocês, homens, acham que não estão sendo machistas com sua mãe ou esposa, mas no seu escritório ficam chateados se uma advogada pede para sair cedo para levar o filho na escola, por exemplo”.

O secretário-adjunto da Seccional, Fábio Nogueira, que também é diretor do Departamento de Apoio às Subseções frisou que o debate era essencial. Assim como Cortez, ele pediu pela junção de esforços da advocacia em prol da sociedade civil: “Vivemos um momento em que as liberdades e garantias fundamentais estão sendo atacadas e é muito importante que nós, homens e mulheres de Ordem, estejamos unidos”.

A mesa teve a presença também do co-anfitrião do evento, Jorge Rodrigues, e da diretoria da Caarj: o presidente, Ricardo Menezes, o diretor tesoureiro e o secretário-geral, Frederico Mendes e Mauro Pereira dos Santos (que também é coordenador das subseções da Capital), respectivamente, e o diretor suplente Luiz Carlos Varanda (que é coordenador das subseções das regiões Metropolitana e Capital); além de Marisa Gaudio, que é vice-presidente da entidade.

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