25/10/2023 - 18:56 | última atualização em 25/10/2023 - 19:05

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Advocacia, não sabe como gerenciar seu próprio negócio? Evento na OABRJ oferece dicas e analisa efeitos da tecnologia nos pequenos e médios escritórios

Palestras do encontro debatem oportunidades de mercado e a adequação da classe aos novos modelos de trabalho

Biah Santiago




Nesta quarta-feira, dia 25, a Comissão de Qualificação e Gestão dos Pequenos e Médios Escritórios de Advocacia (CGPMea) da OABRJ, em parceria com o Instituto Brasileiro dos Pequenos e Médios Escritórios de Advocacia (Ibpea), realizou evento para analisar as atuais formas de gestão e mercado e os efeitos da tecnologia em meio aos novos modelos de advocacia nos pequenos e médios escritórios. O encontro faz parte do seminário anual organizado pelas instituições.

Para assistir ao encontro na íntegra, basta acessar o  canal da Seccional no YouTube.

“Desde o nosso primeiro seminário, propomos reflexões não só para os advogados que atuam nos pequenos e médios escritórios, mas também para trazer à luz um olhar sobre o mercado de atuação da advocacia e as tendências criadas pelo uso da tecnologia”, contou o presidente da comissão, Tiago Mello, no início do encontro.


Ao explicar sobre a Escola de Gestão, projeto do grupo, Tiago considera que é preciso mostrar o caminho para que a advocacia vença as adversidades na carreira.

“Não somos pequenos, nós correspondemos a 80% do total de advogados, por isso devemos pensar dentro de um cenário econômico. Isso serve para sabermos qual caminho percorrer e onde buscar os mecanismos para superar os obstáculos para construir novas soluções”, disse Mello.

Presidente da OABRJ, Luciano Bandeira enfatiza a atribuição do Ibpea no suporte dado aos advogados que buscam trilhar os primeiros passos de sua autonomia. 

“Esse projeto ajuda a construir histórias. Os escritórios de advocacia são a gênese de todo o processo de desenvolvimento de advogados e advogadas, pois quando consolidados, eles passam a ser vistos como uma escola na formação de profissionais mais experientes”, declarou o presidente.


“A Ordem reconhece o papel que o Ibpea desenvolve, de construir pequenos e médios escritórios para dar a perenidade necessária para se firmar no mercado, a possibilidade de  crescer, expandir e gerar novas oportunidades para os colegas”.

Também compuseram a mesa o secretário-geral da Seccional, Álvaro Quintão; o tesoureiro da OABRJ e presidente da Comissão de Prerrogativas da Ordem, Marcello Oliveira; a presidente da Comissão Especial de Estudo e Combate ao Lawfare da OABRJ, Valéria Pinheiro; e a integrante da CGPMea da OABRJ, Brunella Moraes.

“Quem movimenta a máquina do Judiciário e atende a maioria dos clientes que precisam de uma assistência judiciária, são os advogados dos pequenos e médios escritórios”, constatou Álvaro.

“Hoje a inteligência artificial está aí no mercado, a Justiça é quase integralmente virtual, e os pequenos e médios escritórios não têm os mesmos acessos e oportunidades que os grandes têm. Muitas vezes o trabalho todo é feito pelo advogado ‘eu-escritório’, que se torna a pessoa jurídica, o que organiza a agenda, faz o café, atende os clientes e cumpre os prazos. Por isso é fundamental mostrar as ferramentas disponíveis no mercado para aqueles que não as encontram tão facilmente”.

Para o tesoureiro da Seccional o incentivo à advocacia dos menores escritórios traduz o espírito de unidade e motivação necessária para o sucesso na profissão.

“O trabalho desenvolvido pela comissão é consistente, resiliente e com um conteúdo que contribuiu significativamente  para a advocacia”, ponderou Marcello Oliveira. 

“O intuito é qualificar, em parceria com instituições públicas e privadas, e incentivar produtos e serviços voltados aos pequenos e médios escritórios. Não existe mágica para se inserir no mercado, por isso é preciso entender o que ele demanda e como, enquanto advogado, operar dentro dele”.

As palestras ficaram a cargo do vice-presidente do Ibpea, Antonio Paulo Barça; da advogada e reitora da Faculdade Instituto Rio de Janeiro (Fiurj), Carla Dolezel; da procuradora do município de Paracambi e mestranda em Direito Constitucional na UFF, Juliana Mello de Queiroz; do representante do laboratório de tecnologia, arte e comunicação Addmind, Breno Monteiro; e dos integrantes da Comissão de Qualificação e Gestão dos Pequenos e Médios Escritórios de Advocacia da OABRJ: Jéssica Brito, Leo Cairo, Paloma Tavares; Kayama Lima, Fernanda Costa, Amanda Vasquez, Sandra Morais e José Antônio Zeto.

“O advogado individual deve entender que a função dele em um primeiro momento, além de se capacitar, é atender àquela população privada do atendimento dos grande escritórios e que encontra dificuldade de acesso ao suporte na Defensoria Pública”, observa a reitora da Fiurj.

“Esses profissionais precisam ir onde eles são necessários e podem alocar-se em seus bairros originários e nos de difícil acesso. A advocacia pro-bono traz muitos recursos, pois uma pessoa que precisa procura um advogado com seus vizinhos, com amigos e é assim que se constrói uma carreira”.


Dicas e ferramentas de como a advocacia pode gerenciar seu próprio negócio foram desenvolvidas nas apresentações durante o ciclo de palestras. Assuntos como rotinas e procedimentos nos escritórios; controladoria jurídica; o que precisa saber para fechar um bom contrato; controle financeiro e aspectos tributários; e gestão de pessoas, carreira e equipe conduziram as falas dos palestrantes. 

“O advogado e a advogada são os donos de sua própria carreira. A especialização através de cursos, de palestras dentro dos espaços da Ordem e de ferramentas gratuitas faz você pensar e atuar grande para alavancar sua vida profissional”, refletiu a advogada Kayama Lima.

“Não adianta esperar que um cliente bata à sua porta se você não estiver ativo e não divulgar sua própria carreira. A partir disso, é possível focar em seu público-alvo e escolher qual área seguir, por exemplo, Direito do consumidor, médico e das famílias. Devemos nos valorizar, pois isso ajuda a fortalecer a advocacia”.

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