11/11/2008 - 16:06

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Artigo: 'Proteção preventiva' - José Carlos Tórtima

Proteção preventiva


José Carlos Tórtima*

Já defendi nesta coluna a idéia de que programas comoo Bolsa Família, além de eficazes instrumentos de desconcentração de renda, são investimentos auto-sustentáveis, pois têm o condão de reduzir a futura demanda nos hospitais públicos para o tratamento de doenças associadas à desnutrição.

Estudos recentes demonstraram, por exemplo, a diminuição de moléstias infecciosas, como a tuberculose, por conta da melhoria das condições sociais das parcelas mais pobres da população.

Dados como este apontam no sentido da necessidade de ampliação dos mecanismos de proteção social para prevenir doenças e deficiências de saúde, ligadas à subnutrição, à má alimentação ou a hábitos nocivos da população, além da falta de saneamento básico.

O conceito de proteção preventiva está baseado na idéia de que é muito melhor investir para prevenir do que gastar para remediar. Iniciativas profiláticas, através de agentes de saúde junto a comunidades pobres, poderiam, entre outros, implementar programas de orientação e educação alimentar e de combate ao sedentarismo, ao tabagismo e alcoolismo, que são fatores sabidamente relacionados às doenças coronarianas, e outros males crônicos, responsáveis pela morte ou invalidez de um grande número de pessoas.

Ensinar às pessoas, por exemplo, que a ingestão de frituras em excesso ou dietas pobres em fibras fazem mal à saúde provavelmente sacrificará menos os orçamentos da União, dos estados e dos municípios do que as despesas para atender essas mesmas pessoas quando ficarem doentes e precisarem dos serviços de saúde. Sem esquecer, claro, o benefício maior que é evitar o sofrimento da doença.


*José Carlos Tórtima é presidente da Comissão de Segurança da OAB/RJ

Artigo publicado no jornal O Dia, 11 de novembro de 2008

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