A explicação devida Wadih Damous* "Lutarei até o último segundo da minha vida por justiça!" Há um ano, completado domingo, Antonio Celso de Franco repete a frase que se tornou sua meta desde que a filha, a engenheira Patrícia Amieiro Branco de Franco, de 24 anos, desapareceu após seu carro despencar no Canal de Marapendi. Não fosse a persistência e a coragem desse pai, o sumiço de Patrícia seria mais um a cair no esquecimento, entre os muitos não resolvidos, envoltos em suspeitas que recaem sobre policiais militares, sem que nada, rigorosamente, tenha sido apurado e ninguém, responsabilizado. De forma vergonhosa para o Estado, as iniciativas que jogaram luz sobre o caso partiram da família da moça, inconformada. Primeiro, o caso foi tratado como acidente de trânsito, sem que a perícia atinasse para o estranho fato de o corpo da engenheira ter sumido do carro com o cinto afivelado. Só passou a ser investigado como crime após o irmão de Patrícia achar perfurações no veículo. Suspeita-se que o carro tenha sido alvejado numa falsa blitz. Só recentemente foi feita a reconstituição, mas o laudo ainda não saiu. Antonio Celso buscou a ajuda da OAB e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, procurou peritos, criou um site para trocar informações, foi ao governador Sérgio Cabral e ao secretário de Segurança Pública e vai à delegacia toda semana. Também conseguiu adesão de artistas e organizou manifestações, até de torcidas no Maracanã. Enfim, não parou de perguntar: "Onde está minha filha?". A ele, a OAB e a sociedade se unem na cobrança. Queremos uma resposta do Estado sobre o que realmente aconteceu naquele 14 de junho. *Wadih Damous é presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro Artigo publicado no jornal O Dia, 16 de junho de 2009