Na manhã desta terça-feira, dia 25, a Comissão de Compliance do Conselho Federal da OAB, presidida por Yuri Sahione, realizou um evento para debater como previnir, detectar e responder ao assédio no ambiente corporativo. "Este é um tema muito difícil e que ninguém gosta de falar", disse Sahione na abertura do encontro. "O que eu observo é que as pessoas ficam mais preocupadas em saber se estão sendo vítimas do que procurar entender qual é o conflito de fato e, principalmente, se existe uma solução para resolver o problema de relacionamento antes de buscar alguma outra instância dentro da empresa ou junto ao Poder Judiciário", afirmou. Sahione, que já presidiu a comissão de mesmo tema na seccional fluminense, explicou a atuação nacionalmente. "Temos que tentar coordenar os trabalhos das comissões estaduais. Em setembro, por exemplo, faremos um encontro nacional dos presidentes de comissões, em São Paulo, para tentar criar uma agenda comum", adiantou. O presidente do Instituto Compliance Rio (IC Rio), Leandro Coutinho, reforçou o quanto debater a questão do assédio moral é importante atualmente. Ele citou o o Projeto de Lei 4742/01, aprovado em março pela Câmara dos Deputados, que criminalizou o assédio moral no ambiente de trabalho. "Na última sexta-feira, dia 21, a Organização Internacional do Trabalho aprovou uma convenção para a eliminação da violência e do assédio no mundo do trabalho. Esses dois pontos mostram que este é um tema que extrapola as nossas fronteiras. Esse é o tipo de coisa que não pode ser, simplesmente, escanteado", defendeu. Também compuseram a mesa de abertura o Conselheiro Federal da OAB Rafael Lara e a vice-presidente do ICRio, Tereza Gorito. Primeira palestrante, Magda Hruza Alqueres é docente integrante do Conselho de Política Trabalhista da Firjan e foi uma das responsáveis por um pacto de responsabilidade antiassédio sexual no setor audiovisual. "Esse pacto hoje norteia toda a indústria audiovisual brasileira e todos os stakeholders", disse. Em sua fala, ela explicou todo o processo de elaboração do pacto, que surgiu após uma denúncia de assédio. Em seguida, palestraram a presidente da Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Rio de Janeiro (ABRH RJ), Lucia Madeira, e o coordenador da Petrobras Nilson Perissé.