15/09/2008 - 16:06

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Bandidos agem na principal Avenida do Centro de Niterói

 Principal via de Niterói, Amaral Peixoto torna-se um dos endereços mais violentos da cidade

 

Do jornal O Fluminense

15/09/2008 - Dez de setembro: três homens assaltam agência do Banco Popular do Brasil e levam R$ 5 mil; oito de setembro: bando armado rouba R$ 356 mil da casa de advogado; três de setembro: homem ataca mulher em sinal de trânsito; dois de setembro: pessoas ainda não identificadas matam, com três tiros, suposto camelô dentro do próprio prédio da vítima; 1° de setembro: dupla leva RS 5 mil de pedestres em "saidinha de banco". O que as ações acima têm em comum, além de capituladas no Código Penal? Todas ocorreram na Avenida Ernâni do Amaral Peixoto, no Centro de Niterói.

Aberta em 1942 e batizada em homenagem a um ex-governador do antigo Estado do Rio de Janeiro, a principal via da cidade abriga importantes instituições públicas ao longo dos seus 1.OO3 metros - de extensão por 20 metros de largura. E representantes de algumas dessas entidades reclamam, praticamente em uníssono, da criminalidade que assola o trecho entre a Avenida Visconde do Rio Branco com a Rua Marquês de Paraná.

"Passo pela Amaral Peixoto há mais de 50 anos e nunca vi tanta violência como agora", observa o presidente da Câmara dos Vereadores de Niterói, José Vicente Filho - sediada na Praça das Repúblicas/n°.

Em frente à sede do Legislativo municipal está a Biblioteca Estadual de Niterói (BEN), também na Praça da República. Sua diretora, Graça Blauth, diz que os leitores constantemente se queixam de assaltos na região e por isso, ela prefere deixar fechadas as janelas da sua sala, no térreo do prédio que dá para a praça. Os freqüentadores do maior espaço cultural da região central do município contam com a solidariedade do presidente da Subseção da OAB em  Niterói,  Antonio José Barbosa da Silva- que funciona no prédio de número 507.

"Puseram a mão no bolso do paletó e levaram a minha carteira", revela o advogado, cujo escritório também fica na avenida, "entregue aos bandidos", afirma. Antonio José exerceu o jornalismo na década de 1960, ao trabalhar na sucursal niteroiense do extinto Diário de Notícias. A redação do matutino ficava no entorno da Amaral Peixoto, onde o hoje advogado ainda trabalha.

Se o ex-repórter transita ali, despreocupadamente, o presidente da Associação Fluminense de Jornalistas - na esquina com a Rua Maestro Felício Toledo 551 - Claro Nunes, não gosta de andar pelo local a pé. "Tenho medo, realmente. Só vou trabalhar de táxi. E peço ao motorista que pare o carro na porta da Associação", previne-se Nunes. De acordo com ele, a avenida está entregue aos bandidos. Presenciou recentemente um ato de violência.

 

"Há cerca de um mês vi um assalto em plena luz do dia. Um senhor foi alvejado na barriga porque se recusou a entregar uma mala, talvez com dinheiro, a um motoqueiro", relembra o jornalista, que pede maior fiscalização a quem estiver de moto. "Nem todo motoqueiro é ladrão, mas acho que deveriam verificar a procedência do veículo, quem o dirige, se está com documentos vencidos. Deveria haver mais policiais", prega, não sem esquecer de sugerir maior acolhida e cursos profissionalizantes aos meninos de rua.

 

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