A Caixa de Assistência da Advocacia do Estado do Rio de Janeiro (Caarj) visitou a OAB/Nova Friburgo na última sexta-feira, dia 20, para apresentar aos colegas os objetivos e expectativas da Coordenação de Assistência à Igualdade Racial. Responsável pela explanação, Rogerio Gomes foi recebido pela vice-presidente da subseção, Fatima Machado, e pela ouvidora da Mulher e integrante da Comissão de Igualdade Racial da subseção, Vânia Batista Teixeira. Durante o encontro, Rogerio fez um panorama da questão racial com um balanço dos avanços e retrocessos. Ele próprio aproveitou a ocasião para lembrar o caso de dez anos atrás, quando estava começando a advogar e foi vítima de racismo. Vestido apropriadamente e de terno, ao lado de um outro colega sem terno, foi questionado pelo magistrado quem era o advogado da causa. Logo após o episódio, o juiz se desculpou. O coordenador da Caarj, que também é ex-secretário-geral da Comissão de Igualdade Racial da OABRJ e ex-superintendente de Igualdade Racial do Governo do Estado do Rio de Janeiro, classificou como não raro o tratamento inferiorizado no ambiente da Justiça para advogados e advogadas negros e negras. Segundo dados do Conselho Federal da Ordem, dos mais de 635 mil profissionais que se inscreveram na OAB desde 2011, 170 mil se declaram pardos e 41 mil pretos, o que representa 33% dos inscritos. Para a Caarj, é preciso dar legitimidade às peculiaridades dessa parcela da advocacia e proporcionar tratamentos que levem em consideração os impactos do racismo estrutural em suas vidas. “Ir para as subseções e outros espaços do sistema OAB vai ao encontro dos anseios da advocacia negra. Fortalece a trajetória de vanguarda, abre espaço para que essas pessoas que já passaram por episódios infortúnios consigam atendimentos psicossociais. Embora desafiador, a gente tem a esperança de que esse trabalho seja levado para todo sistema da Ordem”, destacou Rogério. A vice-presidente da OAB/Nova Friburgo, Fátima Machado, contou estar entusiasmada com a coordenação, uma vez que ela promoverá um olhar específico sobre a questão racial na advocacia. Já Vânia Batista Teixeira aproveitou seu trabalho nessa área para parabenizar a criação do grupo. Uma das medidas da coordenadoria será a inclusão de profissionais de saúde negros dentro da equipe de parceiros do projeto de Auxílio Psicossocial da Caarj. Os interessados em fazer parte do banco de dados da Caarj podem enviar um e-mail para [email protected].