21/03/2023 - 17:36 | última atualização em 08/08/2023 - 09:26

COMPARTILHE

Caarj se faz presente nas subseções e estreia programa com serviços e benefícios à advocacia

OAB/Campo Grande foi a primeira a receber a ação, que também contou com uma edição da oficina ‘Advocacia sem machismo’

Biah Santiago



A Caixa de Assistência da Advocacia do Rio de Janeiro (Caarj) lançou nesta terça-feira, dia 21, o programa ‘Caarj Presente’, que visa levar, de forma mais próxima, os serviços e benefícios da entidade às subseções de todo o estado. A primeira a receber a visita foi a OAB/Campo Grande.

A ação levou à sede da subseção serviços como, por exemplo, aferição de pressão e glicose, apresentação de convênios e parceiros do Clube de Vantagens, assistência social e a divulgação das funções do aplicativo ‘Caarj na Palma da Mão’.

Presidente da Caixa, Marisa Gaudio destacou que o projeto levará aos advogados e advogadas de cada região “tudo o que a Caarj pode oferecer”.


“Esse programa aproxima a Caixa de Assistência das subseções e, consequentemente, dos advogados e advogadas locais”, declarou Gaudio. “Hoje é só o início. Estaremos presentes em todas as unidades da Ordem no estado, fazendo esse contato mais próximo para acolher demandas da advocacia fluminense, com o apoio dos presidentes de cada unidade”. 



Para o presidente da OAB/Campo Grande, Rodrigo Plaza foi uma “honra receber a estreia desse projeto tão benéfico para a classe”.

“Essas ações são extremamente relevantes e necessárias para a advocacia da região conhecer e usufruir dos serviços sociais e ações da Caarj", disse Plaza.

A próxima subseção a receber o programa ‘Caarj Presente’ será a OAB/Barra Mansa (Rua Cristóvão Leal, 65 - Centro), nesta quinta-feira, dia 23, de 10h às 17h. Compareça!


OABRJ e Caarj levam oficina ‘Advocacia sem machismo’ às subseções

A oficina gratuita ‘Advocacia sem machismo’ também estreou nesta terça-feira uma nova fase. Campo Grande recebeu o primeiro encontro itinerante da campanha, dando o pontapé inicial à segunda etapa deste projeto gratuito, que tem como principal objetivo abordar tópicos relacionados ao comportamento machista no meio jurídico. A partir de agora, as oficinas percorrerão as subseções em todo estado. 

Neste primeiro encontro, o caso abordado foi o do jogador Daniel Alves, sob a ótica do Direito brasileiro. Compuseram a mesa a presidente da Caarj, Marisa Gaudio; o presidente da OAB/Campo Grande, Rodrigo Plaza; o presidente da Subseção de Santa Cruz, Paulo Freitas; e os palestrantes, o vice-presidente da OAB/Bangu, Hugo Novais; a subcorregedora da Seccional, Isabelle Faria e a coordenadora adjunta de Violência Contra a Mulher na ESA da OABRJ, Isadora Mendes.

Na ocasião, Marisa Gaudio ressaltou a importância de levar o tema para além das atividades da Seccional. Segundo ela, a Caarj estará “sempre à disposição da advocacia, seja na capital ou no interior”.

“O nosso trabalho é de doação, e unidos - OABRJ e Caarj - buscamos fortalecer a classe. Para a advocacia feminina, ter uma mulher sentada na cadeira da Presidência da Caarj, primeira vez em 80 anos de Caixa, significa muita coisa. Essa é apenas uma parte da paridade firmada na Ordem”, ponderou Gaudio na abertura do encontro. 


“Estamos aqui com subseções coirmãs para segmentarmos esse projeto, pois é atingindo a ponta que chegaremos a todos os advogados e advogadas. Temos que desconstruir conceitos machistas, mas também racistas, lgtbfóbicos e até mesmo etaristas. A sociedade evoluiu, então é importante discutirmos temas para desconstruir esses preconceitos enraizados”.



Rodrigo Plaza reforçou a paridade estabelecida na Ordem, além de fomentar questões de gênero em mais espaços. No encontro, o presidente da Subseção de Campo Grande relembrou, ainda, a aprovação do Conselho Federal para alterar o Estatuto da Advocacia e incluir assédio moral e sexual contra mulheres no rol de infrações éticas - sugestão de projeto de lei será levada ao Congresso Nacional. 

“Estes projetos trazem essa convergência de gestores de Ordem com o mesmo objetivo: fortalecer a advocacia e trazer ensinamentos para nossa profissão”, disse Plaza.

“Os projetos da OABRJ e da Caarj mostram um novo ponto de vista para a classe nessa luta árdua. O quanto a sociedade é machista estruturalmente e como a advocacia pode auxiliar nas pautas femininas? São questões que estas oficinas ajudam a esclarecer”.

As palestras fizeram um apanhado histórico e deram exemplos de condutas atuais no campo jurídico referente a casos de assédio contra a mulher.


“Infelizmente, a advocacia foi fundada em um contexto machista. É inadmissível abordarmos um caso como o do jogador Daniel Alves em pleno Século 21, como se estivéssemos na Idade Média”, observou a coordenadora da ESA-RJ, Isadora Mendes.



“A forma como os homens nos julgavam e ainda nos julgam provém de condutas que perpetuam pensamentos de séculos passados. A advocacia não possui diretrizes de gênero como a cartilha ‘O Gênero como Categoria Jurídica’ do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - lançada pela Seccional em 2022 -, e esta oficina ‘Advocacia sem machismo’ tenta criar esse viés de não atuar de forma machista, e sim com educação e respeito à vítima”.

De acordo com a subcorregedora da OABRJ, Isabelle Faria, muitos colegas ainda não têm “ideia de como advogar sem praticar o machismo”.

“Majoritariamente somos mulheres advogadas defendendo mulheres vítimas de violência. Somos uma espécie de filtro, e muitas vezes alvo de ataque, ao administrar casos com uma atuação combativa”, avaliou Faria. 

“A Justiça atua num sistema de retimivização. Temos que saber orientar o acolhimento, pois vimos o reflexo do que aconteceu nas teses trazidas no caso Daniel Alves na Espanha. Essas atitudes demonstram a fundamentação e a importância da prova em casos de violência sexual e que ela seja revisitada por todos os envolvidos, porque ainda há resistência nas questões de gênero nas instituições que integram o sistema Judiciário”.

Abrir WhatsApp