27/11/2020 - 18:47 | última atualização em 27/11/2020 - 18:48

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Cevenb realiza pré-lançamento de documentário sobre Marianna Crioula

Cássia Bittar

As Comissões da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da OABRJ (Cevenb) e do Conselho Federal, em parceria com os grupos sobre o tema das subseções de Piraí e Vassouras, realizaram, na noite desta quinta-feira, dia 26, no canal da OABRJ no YouTube, o pré-lançamento oficial do documentário 'Marianna Crioula - Um grito de resistência' (2020), de Ricardo Andrade Vassíllievitch.

Reunindo diversos estudiosos e personalidades, o filme conta a história da mulher que, junto a Manuel Congo, liderou uma das maiores rebeliões de negros escravizados do Rio de Janeiro, a Revolta de Vassouras, em 1838. Nascida em cativeiro, Marianna foi aclamada "rainha" do quilombo formado pelos fugitivos, na Serra da Mantiqueira e é símbolo de resistência após sua prisão, pela Guarda Nacional da época.

disponível na íntegra no YouTube, o documentário foi debatido no evento virtual que contou com participação do próprio diretor; do presidente das comissões estadual e nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, Humberto Adami; da presidente da Associação Marianna Crioula, Margot Ramalhete; do presidente da OAB/Piraí, Gustavo de Abreu Santos e do vice-presidente da subseção, que lidera a Cevenb local, Flávio Macharet.

Deputada estadual responsável pela criação da Lei nº 5898/2011, que reconheceu Manuel Congo e Marianna Crioulla heróis do Estado, Inês Pandeló (PT) participou da abertura, frisando que a história que "não está nos livros precisa, urgentemente, ser contada": "Temos que registrar todos os personagens, os fatos, para que eles não se percam. Nisso está não só a história dos poderosos, as coisas não foram construídas somente pelos colonizadores. Pelo contrário: teve resistência, teve martírio, teve organização, para que hoje a gente esteja aqui lembrando de Marianna Crioula".

Adami frisou que até mesmo no núcleo em que já se reconhecia a figura de Manoel Congo diante da opressão  dos Barões do Café, Marianna era invisibilizada, durante muito tempo. "Temos conosco neste evento a presença importante dos grupos das regiões nas quais esta história ocorreu. Manuel Congo foi enforcado em Paty do Alferes, há um memorial para ele em Vassouras, que tem um histórico de resistência negra. E vamos replicar cada vez mais essas ações nas subseções".

A solenidade teve o apoio da OAB/Mendes, da Comissão de Igualdade Racial do Instituto de Advogados Brasileiros (CIR/IAB), do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) e da Associação Marianna Crioula.

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