CNJ colhe opiniões sobre mudanças de critérios em concursos públicos Do Jornal do Commercio24/03/09 - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está recebendo, em sua página na internet, críticas e sugestões para a elaboração de resolução que vai mudar os critérios de realização de concursos públicos para o ingresso na magistratura. A consulta pública estará disponível até o próximo dia 7. A resolução estará pronta dentro de 60 dias. A proposta apresentada pelo conselheiro João Oreste Dalazen, que é também vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), visa a padronizar as etapas e os programas dos concursos nos 66 tribunais do país. "Queremos selecionar pessoas que sejam bem qualificadas do ponto de vista técnico, mas também vocacionadas e comprometidas com o Poder Judiciário e a magistratura", explicou o ministro. Segundo Dalazen, o atual sistema de recrutamento é inadequado do ponto de vista de seleção, com procedimentos e critérios distintos em cada tribunal. Pela proposta apresentada pelo CNJ o concurso será realizado em seis etapas, que incluem avaliações escrita e oral, exames de sanidade física e mental e psicotécnico, sindicância sobre a vida social do candidato, análise dos títulos acumulados e frequência obrigatória em curso de seis meses de preparação para os candidatos com prova eliminatória ao final. Para ser aprovado, o candidato tem de obter média mínima de 6 pontos. O ministro Oreste Dalazen informou que o CNJ estuda a possibilidade de oferecer aos candidatos do curso, uma bolsa de estudo no valor de 50% do subsídio do juiz. Precisamos pensar como vamos criar essa despesa, explicou o ministro. Ele acrescentou que 5% das vagas terão obrigatoriamente de ser reservadas a candidatos com necessidades especiais. A principal preocupação com as mudanças propostas é garantir que o candidato, além de conhecimento técnico, tenha formação humanística e conhecimentos em gestão e administração. É preciso cobrar do juiz uma base filosófica mínima para que ele revele sensibilidade, além de conhecimentos sobre códigos e leis, afirmou Dalazen. Queremos que os candidatos tenham noções de filosofia, diplomacia, direito e até mesmo, contato com a mídia. Sobre a experiência em gestão e administração, o conselheiro disse que é importante porque o juiz terá de gerir a própria vara e, no futuro, poderá ser chamado a presidir um tribunal. A idéia é padronizar as normas e os critérios em busca de excelência no recrutamento. Não há segurança que iremos selecionar os melhores, mas queremos evitar, selecionar os piores, explicou o conselheiro Dalazen que espera um grande fluxo de propostas e sugestões já a partir do primeiro dia de consulta pública.