30/03/2009 - 16:06

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Comando da investigação teme que caso Camargo Correa acabe no STF

Comando da investigação teme que caso Camargo Correa acabe no STF

 

 

Do Valor Econômico

 

30/03/2009 - O comando da 'Operação Castelo de Areia' teme que o envolvimento de políticos no caso possa acabar resultando em uma transferência do caso para o Supremo Tribunal Federal, onde levaria mais tempo para ser julgado.

 

Na avaliação dos condutores do caso, essa aliás, tem sido a estratégia de defesa armada pelos advogados da Camargo Corrêa: fazer com que o foco das atenções sejam os eventuais crimes político-eleitorais praticados por autoridades, e não os crimes financeiros praticados pela construtora.

 

Isso seria possível porque os políticos têm foro privilegiado e, caso tenham seus nomes envolvidos na investigação, seriam obrigatoriamente julgados pelo STF. Como há relação entre os crimes financeiros e os político-eleitorais, todo o processo seria transferido para o Supremo.

 

Essa leitura justificaria a nota publicada pela Justiça Federal na sexta-feira, na qual afirma que "as investigações, desde seu início, jamais tiveram por foco condutas eventualmente perpetradas por ocupantes de cargos públicos ou funções políticas" e que "as investigações apuram o suposto cometimento de crimes apenas de investigados com profissões de natureza privada".

 

O foco das atenções nesta semana, porém, continua sendo o possível envolvimento de políticos no caso, suspeitos de receber doações "por fora" para campanhas políticas e partidos. Há a expectativa com a revelação de uma lista que constaria o nome dos receptores, obtida a partir das apreensões feitas pelos policiais, especialmente nos pen drives dos acusados.

 

Tamanho e o temor dessas listas que o ex-delegado geral da Polícia Federal e corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), falando em nome do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), procurou no fim da semana dirigentes da operação para sondar o teor da lista. Não obteve, porém, acesso a ela.

 

Outra possibilidade de a condução do processo ser alterada e o julgamento do juiz Fausto Martin De Sanctis, autor dos mandados de prisão, busca e apreensão emitidos na semana passada. No dia 15, os 18 desembargadores do Tribunal Regional Federal julgam seu afastamento da 6ª Vara Criminal Federal, a mesma que cuida, por exemplo, da Operação Satiagraha e do julgamento do banqueiro Daniel Dantas. O juiz será julgado por ter ordenado que Dantas retornasse a prisão, após o presidente do STF, Gilmar Mendes, ter autorizado sua soltura.

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