19/06/2023 - 19:16 | última atualização em 21/06/2023 - 14:02

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Comissão de Direitos Humanos recebe familiares de idosa baleada no Morro do Turano

Parentes de Severina da Silva Nunes receberam suporte e orientação jurídica de membros da CDHAJ

Felipe Benjamin

A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Jurídica (CDHAJ) da OABRJ recebeu, na tarde desta segunda-feira, dia 19, familiares da idosa Severina da Silva Nunes, morta após ser baleada na manhã do dia 15, no Morro do Turano, na Zona Norte do Rio. Testemunhas afirmam que Severina foi atingida por disparos de policiais militares, embora não houvesse qualquer operação no local. Severina foi sepultada no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na tarde de sábado, 17.


"Estive na Delegacia de Homicídios da capital e retornarei nesta terça-feira para acompanhar o inquérito e as investigações, e discutir a possibilidade de que façamos uma reconstituição, além de marcar uma data para que as testemunhas sejam ouvidas", afirmou o advogado Gláucio Maciel, que representa os familiares de Severina. "A expectativa é de que a justiça seja feita e que se descubra a verdade dos fatos para que a família tenha uma resposta".



Os familiares de Severiana foram recepcionados na sede da OABRJ por integrantes da CDHAJ. Participaram do encontro os procuradores Rodrigo Mondego, Mariana Rodrigues, Leonardo Guedes e a integrante da comissão Patrícia Félix.

"O encontro superou minhas expectativas", afirmou Maciel. "Já conhecia alguns membros da Comissão de Direitos Humanos da OABRJ e hoje tive o prazer de conhecer outros advogados. A comissão tem um 'know-how' excelente e é disso que precisamos nesse momento para elucidar esse caso".

Mariana Rodrigues falou sobre a importância de apoiar advogados em situações envolvendo violência policial.


"É importante que a Comissão de Direitos Humanos da OABRJ fique à disposição da advocacia, que muitas vezes se sente solitária e fragilizada em momentos como este, de violência estatal", disse. "Temos um vasto conhecimento nesta área e, sempre que possível, o colocaremos a serviço da advocacia".



Juntamente com Severina, foi baleada no dia 15 sua vizinha, Kecia Souza Silva, de 30 anos, grávida de oito meses. Kecia foi ferida na cabeça, mas já recebeu alta do hospital e passa bem. Conselheira tutelar e integrante da comissão, Patrícia Félix lembrou a constante atuação da CDHAJ em casos envolvendo forças policiais e moradores de favelas e comunidades periféricas.

"É inadmissível que a gente ainda tenha familiares de pessoas mortas procurando a comissão sempre pelo mesmo motivo e quase que semanalmente", afirmou.  "Este é mais um caso em que tentaremos auxiliar essas pessoas e oferecer todo nosso apoio. A responsabilidade do Estado com essas comunidades é muito grande, e o cenário que vivemos é muito grave. O Rio de Janeiro tem pautado a segurança pública no genocídio do povo preto, pobre e favelado, e cabe a nós, integrantes da comissão, atuar ao lado dessas famílias".

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