20/02/2008 - 16:06

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Conselho Federal critica igreja que busca 'forma oblíqua de censura por pressão econômica'

Conselho Federal critica igreja que busca 'forma oblíqua de censura por pressão econômica'

 

 

Da Tribuna Online

 

20/02/2008 - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, criticou ontem a estratégia da Igreja Universal de processar, em diferentes pontos do país, jornalistas e jornais que publicam reportagens sobre o grupo religioso. Para Britto, a busca da reparação judicial é recurso legítimo do Estado democrático de Direito. "Mas não pode, no entanto, esse direito transformar-se em instrumento de perseguição política, exercendo papel de censura e de intimidação à liberdade de expressão. O que se busca não é justiça, mas o estabelecimento de forma oblíqua de censura por meio de pressão econômica".

 

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) também condenou a estratégia da Universal. Em nota, o vice-presidente da entidade, Júlio César Mesquita, afirma que a atitude é uma "afronta ao Judiciário", pois usa a Justiça com um objetivo não-declarado: intimidar profissionais e empresas de comunicação para que deixem de noticiar questões relacionadas à Universal.

 

"A ANJ chama a atenção da sociedade brasileira para o caráter autoritário dessa ação orquestrada, que usa fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus contra os valores da liberdade em nosso país, se baseia na intolerância e indica a preocupante pretensão de impor um pensamento único, incompatível com a convivência democrática. É preciso impedir, desde já, o avanço dessa escalada obscurantista", diz a nota.

 

Para o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro a campanha desencadeada pela Universal fere os princípios básicos da liberdade de expressão.

 

Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas afirmou que os processos da Universal, que estão sendo encaminhados à Justiça "com o nítido objetivo de intimidar jornalistas, em particular, e a imprensa, em geral, intranqüilizam e desestabilizam emocionalmente a vida dos profissionais e de seus familiares. Ao mesmo tempo, atentam claramente contra os princípios básicos da liberdade de expressão e manifestação do pensamento".
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