Primeira mulher a comandar a Caixa de Assistência da Advocacia do Estado do Rio de Janeiro (Caarj), Marisa Gaudio destacou a importância da ascensão de mulheres dentro do sistema OAB e celebrou as recentes conquistas, durante o 3º Colégio de Presidentes de Subseções do Triênio 2022/2024. Ex-presidente da Comissão OAB Mulher da Seccional, Marisa comemorou sua chegada à Presidência. "Esse é um momento muito importante para mim e histórico no sistema OABRJ/Caarj", afirmou. "Conseguimos alcançar a paridade de gênero e adotar as cotas raciais, mas precisamos entender que isso não foi alcançado de uma forma muito natural. Nós levamos muito tempo para atingir essa paridade, mesmo quando já tínhamos um número de mulheres equivalente ao de homens na advocacia, mas isso não se refletia nos espaços de poder”, lembrou Marisa, que luta pela pauta há pelo menos 15 anos. A presidente da Caixa ressaltou o apoio do presidente Luciano Bandeira, primeiro a defender a paridade em um Colégio de Presidentes de Seccionais. “Em nenhum momento ele deixou de ser nosso parceiro nessa luta. Quero dizer a vocês que quando uma mulher ascende, todas as ouras ascendem também. Então, sinto uma enorme responsabilidade em suceder a nomes como Felipe Santa Cruz e Ricardo Menezes, e lhes digo que a Caarj será parceira da OABRJ. Temos que estar alinhados e precisamos de união". Classificada pela secretária-adjunta da OABRJ, Mônica Alexandre, como "uma fortaleza", Marisa falou sobre as muitas dificuldades a serem superadas na gestão da Caarj até o fim do triênio 2022/2024. "Teremos muitos desafios pela frente. Precisamos ser criativos, com austeridade, para descobrir como deixar nossa Caixa saudável financeiramente, sem parar de investir em assistência. Podem ter certeza de que, se vocês estiverem conosco, faremos uma gestão histórica", enalteceu a presidente. OABRJ está elaborando plano de recuperação de inadimplentes Em seguida, o presidente da Seccional, Luciano Bandeira, revelou que a OABRJ trabalha em um plano de recuperação e saneamento da inadimplência, em termos nunca propostos. "Estamos trabalhando com afinco e vamos fazer o maior programa de recuperação da advocacia da história", expôs Luciano. "Temos uma realidade que precisa ser superada, e eu acredito muito nesse plano. Se conseguirmos algo em torno de 30% dessa recuperação já será algo muito especial. Precisamos entender o momento e fazer o máximo para possibilitar que colegas que enfrentaram dificuldades tenham a possibilidade de regularizar suas situações”, explicou Bandeira, que apresentará a proposta ao Conselho Pleno, com o objetivo de trazer advogados e advogadas inadimplentes de volta ao sistema da Ordem. Tesoureiro da OABRJ, Marcello Oliveira falou sobre o projeto de recuperação e pregou: "Mais importante do que regras que serão discutidas é o conceito. Estamos falando do resgate de uma advocacia que perdeu oportunidades nos últimos anos. Temos que falar de gente, de quem pode voltar para a profissão. É claro que tudo isso ainda passará pelo crivo do Conselho, e posso estar equivocado, mas acredito que poucas alterações serão feitas. Mas, para que dê certo, é preciso que tenhamos o engajamento de todos os presidentes de subseção", disse.