13/01/2009 - 16:06

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Defensores sugerem Adin contra lei da videoconferência

Defensores sugerem Adin contra lei da videoconferência


Do Jornal do Commercio

13/01/2009 - A Associação dos Defensores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (ADPERJ) defendeu nesta segunda, 12, em nota, que a Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep) analise com urgência o ajuizamento de uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Lei 11.900/2009, que permite a juízes realizarem interrogatório de réus por meio de videoconferência. A norma foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quinta-feira da semana passada.

Segundo o presidente da ADPERJ, Rodrigo Pacheco, a nova lei viola o princípio da ampla defesa, consagrado pela Constituição Federal. "O interrogatório é um meio de defesa e o direito presença física do réu perante o juiz é decorrente de um processo penal justo e democrático, representando um retrocesso nas garantias individuais do cidadão", afirmou Pacheco.

Ainda segundo Pacheco, haverá aumento do gasto público, visto que será necessária a presença de um defensor público ao lado do réu na instituição prisional e outro ao lado do juiz que colherá as declarações. A ADPERJ lamentou a exclusão da Defensoria Pública como um dos órgãos fiscalizadores da sala reservada para realização do ato processual. A lei diz que a sala do estabelecimento prisional usada para o procedimento será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil.

De acordo com o projeto sancionado, cabe ao juiz avaliar o uso da videoconferência em casos de risco de segurança ou quando o réu estiver doente. O juiz deverá garantir ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; além de canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor, que esteja no presídio, e o advogado presente em sala de audiência de Fórum, bem como entre o advogado e o preso.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo estima que poderá economizar cerca de R$ 6 milhões por ano com o procedimento e reverter recursos para o aumento do policiamento das ruas.

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