Durante todo 21 de setembro, data em que celebra-se o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a OABRJ, por meio de sua Diretoria da Pessoa com Deficiência, promoveu evento em seu Salão Nobre para discutir a inclusão social, sob o mote “olhar diferente para o que não é seu espelho”. Comandada pelo diretor do grupo, Geraldo Nogueira, o encontro reuniu autoridades e especialistas do tema, atendendo os diversos públicos com tradutora de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e promoção de audiodescrição. “Nós não vivemos uma verdadeira inclusão, lamentavelmente. Num dia tão bonito, tão festivo, também temos que falar que caminhamos bastante. Vamos imaginar que esse caminho seja uma longa estrada. Há um bom trecho pavimentado, mas se olharmos a estrada como um todo vamos perceber que o trecho maior ainda está em obras e empoeirado”, expressou Geraldo Nogueira em sua fala inicial, em que também citou os avanços que o transporte público vem passando há décadas, embora a passos lentos. A mesa de abertura recebeu o secretário da Subsecretaria de Cuidados Especiais do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Guilherme Bussinger; a desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Regina Lúcia Passos; a representante da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Diana Felgueiras das Neves; o presidente da Superintendência de Desportos do Estado do Rio De Janeiro (Suderj), Renato de Paula; a chefe de gabinete da presidência da Câmara dos Vereadores de Silva Jardim, Lies Abibe; e a educadora especialista em psicologia positiva, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e vice-presidente da Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro, Cinthya Freitas. O presidente da Suderj, Renato de Paula, revelou com exclusividade que o Governo do Estado está desenvolvendo o primeiro centro de referência estadual de esporte adaptado e paradesporto no Rio de Janeiro, que se chamará Centro de Referência do Esporte Aldo Miccolis, localizado na Tijuca, onde era o Clube Maxwell. “Nós teremos de volta o protagonismo no Rio de Janeiro. O Comitê Paralímpico Brasileiro foi criado aqui, a Associação Nacional de Desportos para Deficientes foi criada aqui. E o Special Olympics, os jogos especiais para autistas voltado a defesa intelectual, tem protagonismo aqui no Rio de Janeiro, mais especificamente lá em Campos dos Goytacazes”, garantiu. Diana Felgueiras das Neves, pessoa com deficiência auditiva e representante da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, falou que a sociedade precisa conviver com cidadãos que possuem essas características. A convidada entende que é necessário promover políticas públicas para construir planos de ação, dialogando com a sociedade civil. O “Plano Viver sem Limite”, proposta de 2011 citada por ela, deve ganhar uma nova versão ainda em 2023. A iniciativa visa promover acesso à educação, inclusão social, atenção à saúde e acessibilidade e já recebeu mais de 2.400 contribuições da sociedade. “Todos nós somos, em alguma medida, capacitistas porque fomos criados numa cultura capacitista, em espaços em que não tem pessoas com deficiência. As pessoas não conseguem penetrar em vários espaços que fujam dessas narrativas da deficiência enquanto tragédia, que a gente tem contato na mídia”, opinou. O encontro também faz parte da agenda do Setembro Verde, dedicado à defesa dos direitos das pessoas com deficiência, e Setembro Azul, voltado às causas da deficiência auditiva. A transmissão do “Um dia de luta pela inclusão - um olhar diferente para o que não é seu espelho” foi dividida em três partes no canal oficial da OABRJ no YouTube. Veja aqui.