Em celebração ao Dia de Nossa Senhora de Sant'Ana, que no sincretismo religioso é representada por Nanã Buruquê, nesta quarta-feira, dia 26, a Diretoria de Igualdade Racial (DIR) da OABRJ realizou um evento para discutir as questões interdisciplinares no combate ao preconceito e à promoção da igualdade racial no Brasil. Para assistir ao encontro, basta acessar, a qualquer momento, o canal da Seccional no YouTube. O comando do evento ficou a cargo da diretora e do vice-diretor da DIR, Ivone Ferreira Caetano e Rodrigo da Mata. Além de Ivone e Rodrigo, também compuseram a mesa inicial a vice-presidente da OABRJ, Ana Tereza Basilio; a corregedora do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OABRJ e presidente da Advocacia Preta Carioca (APC- Umoja), Angela Kimbangu; o presidente da Comissão de Ciências Políticas e Economia da Seccional, Caio Mirabelli; e a advogada e neuropsicopedagoga Luciane Rufino. “Desde antes de entrar para a magistratura, hoje aposentada dessa atividade, eu luto e brigo pelas condições do seguimento racial no meio jurídico. Já tivemos avanços na pauta, porém ainda não temos a garantia total de liberdade”, considerou Ivone. “Sempre vi o racismo acontecer na minha frente, mesmo que ele não tenha sido praticado diretamente comigo e, mesmo assim, precisamos lutar cotidianamente para que nenhum negro sofra o preconceito e seja atacado pela religião que o representa”. Com painéis que estimularam a discussão de vertentes ligadas à igualdade racial, o encontro contou com a fala de especialistas e militantes da causa. Os convidados foram o fundador da Educafro, Frei Davi; o doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e pastor da Comunidade Cristã Eduardo Pereira; a PhD em Student. Estudo de Gênero, Cristina Werner; o coordenador do curso de Direito da Estácio, Rodrigo Torres, a sacerdotisa do Ilê Asé D`oluaie Ni Oya, Iyalorixá Mãe Márcia Marçal e demais palestrantes. Entre os temas abordados estiveram, por exemplo, as afetações do preconceito e intolerância na saúde mental; o diálogo entre as religiões; a gestão das cidades na promoção da igualdade racial; o aprendizado sobre a experiência do enegrecimento nas escolas; o enfrentamento da questão racial no ensino superior; e a visibilidade negra na carreira jurídica.