01/02/2024 - 16:21 | última atualização em 01/02/2024 - 19:11

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Diretoria de Valorização da Advocacia promove evento sobre 'Visibilidade trans'

Felipe Benjamin



Promovido pela Coordenadoria da Diretoria de Valorização da Advocacia da OABRJ no Âmbito da Diversidade, o evento "Visibilidade trans e o direito de ser e de existir" levou, na manhã desta quinta-feira, 1º de fevereiro, um importante debate ao Plenário Evandro Lins e Silva, na sede da Seccional, que abordou os desafios enfrentados na luta conta a discriminação na sociedade brasileira.


"A valorização da advocacia é o motivo pelo qual a OAB existe, e dentro desse cenário, não há espaço para qualquer espécie de discriminação", afirmou o diretor de Valorização da Advocacia da OABRJ, Paulo Grossi, durante a abertura do evento. "Iremos defender com unhas e dentes todo e qualquer advogado que precise ser defendido, e, como a OAB é a voz da sociedade civil, é nossa missão colocar um holofote sobre essas questões, que ainda são tratadas de forma discriminatória".



A mesa de abertura contou com as presenças de integrantes da coordenadoria. Ao lado de Grossi estiveram o coordenador da Diretoria de Valorização da Advocacia da OABRJ no Âmbito da Diversidade, Diego Piassabussu, que comandou o evento; o coordenador-adjunto, Hilton Rodrigues, e a integrante do grupo, Bruna Lugato. No primeiro painel, o trio recebeu a vice-presidente da ONG Minha Criança Trans, Monica Cavalcante dos Santos; a doutora em Psicanálise pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Bárbara Zenicola, e a idealizadora do projeto Acolhe Trans, Agnes Maia.

"Sou uma mulher trans e travesti e acho importante ressignificar o termo 'travesti' porque a sociedade tem muito medo das travestis, que são vistas como promíscuas e perigosas", afirmou Agnes.

"A transfobia é responsabilidade da sociedade cisgênera, assim como o racismo é responsabilidade da branquitude. É muito importante que usemos os tramos 'trans' e 'cis' em nossas falas, porque o uso somente da palavra 'mulher' quando nos referimos a mulhere cisgêneras, somado aos uso de 'mulher trans' quando falamos de mulheres transexuais, traz uma visão patológica na qual, mulheres cis são mulheres biológicas e mulheres trans são artificiais. Todas nós somos biologicamente mulheres".



O segundo painel contou com as presenças da defensora pública Fabiana Andrade Gama Filho; do juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), André Souza Brito, e da integrante da Diretoria de Valorização da Advocacia da OABRJ, Amy Franklin.

"Adoraria que defensores transgêneros pudessem estar aqui ocupando meu lugar nesse painel", afirmou Fabiana, que leu uma carta de autoria própria durante sua participação no evento.

"Nós, pessoas cis sempre temos deslizes de transfobia, não importa o quanto amemos uma pessoa trans e por mais que vigiemos nossas falas e ações. Hoje, casada com um homem trans, me passa um filme pela cabeça, no qual lembro das mulheres trans que conheci nas unidades prisionais, sou uma defensora pública melhor, uma mãe melhor, e uma esposa melhor. Vidas trans importam e sempre importaram para mim".

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