Em evento no Plenário Evandro Lins e Silva, na sede da OABRJ, na terça-feira, dia 19, a Comissão de Direitos dos Autistas e seus Familiares (Cdaf) apresentou seus planos de ação para o triênio 2022/2024 e alguns dos principais temas de interesse sobre a pauta. Entre eles, a importância do rol da ANS - lista dos procedimentos, exames e tratamentos com cobertura obrigatória pelos planos de saúde."O rol da ANS será um divisor de águas para muita gente e precisamos solucioná-lo de maneira social e não empresarial", afirmou Sandro Nere, advogado e integrante da comissão, que compôs a mesa de abertura. "Como pai de uma pessoa com deficiência, diariamente penso no que posso fazer para melhorar a situação para o meu filho. Se dermos espaço e acreditarmos nelas, as pessoas com deficiência são muito capazes", disse.Além de Nere, compuseram a mesa de abertura o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Seccional, Álvaro Quintão; o presidente da Caarj, Ricardo Menezes; a presidente da Cdaf, Ana Carolina Duna; e a coordenadora de Comunicação da comissão, Maria José Ferreira."É um grande prazer para nós da OABRJ ver uma Comissão de Direitos dos Autistas e seus Familiares voltar a funcionar nesta casa. Na Comissão de Direitos Humanos muitas vezes nos deparamos com situações que poderão ser tratadas e acompanhadas de maneira muito mais eficaz por este grupo", explicou Quintão.Ricardo Menezes destacou o apoio da Caarj a eventos que discutem o autismo na sociedade: "A Caixa tem apoiado diversos encontros sobre este tema. Em julho de 2021, a Caarj apoiou o 2º Congresso Internacional sobre Transtorno do Espectro do Autismo, evento realizado pela organização Caminho Azul. No mês passado, a Caixa apoiou o Seminário Rio Teama".CEO da Specialisterne Brasil, organização social de origem dinamarquesa, presente em 23 países e que atua na formação e inclusão de pessoas com autismo no mercado de trabalho, o psicólogo Marcelo Vitorino foi um dos palestrantes do evento e destacou a importância de ações afirmativas como ferramenta de capacitação de pessoas com deficiência."Onde estão as pessoas com autismo no mercado de trabalho?", questionou o psicólogo. "Quando falamos de desemprego das pessoas com autismo, estamos falando de cerca de 80% das pessoas com autismo que poderiam trabalhar e estão desempregadas. Segundo a Lei de Cotas, que é um marco histórico no campo dos direitos humanos no Brasil, empresas com mais de cem funcionários têm a obrigação de contratar pessoas com deficiências, e hoje temos quase 500 mil pessoas com deficiência trabalhando no Brasil".A importância da efetividade das leis, de se entender as complexidades que cercam o autismo e de ações afirmativas como ferramentas de capacitação foram outros temas tratados ao longo do dia pelos palestrantes. Realizado de forma híbrida, o evento foi transmitido ao vivo pelo canal da OABRJ no YouTube. Reveja o encontro!