23/06/2022 - 12:08 | última atualização em 23/06/2022 - 12:25

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Evento na OABRJ discutiu futuro dos guarás

Projeto de reintrodução da ave no Rio de Janeiro foi apresentado no encontro

Felipe Benjamin


Também conhecido como íbis-escarlate, o guará, ave típica do litoral atlântico da América do Sul, foi tema de um evento organizado pela Comissão de Proteção e Defesa dos Animais (CPDA) da OABRJ na noite de quarta-feira, dia 22, que discutiu medidas de proteção do animal, que tem status de espécie protegida em todo o mundo, e habita regiões de manguezais por todo o Brasil.

O comando da cerimônia ficou a cargo do presidente da CPDA, Reynaldo Velloso, que recebeu um grupo de especialistas para debater o tema.

"Temos trabalhado muito, fortalecendo a atuação dos biólogos em áreas extremamente sensíveis", afirmou o presidente do Conselho Regional de Biologia da 2ª Região, Vicente Moreira Conti. "Queremos colaborar com a comissão, ajudando na preservação dessa espécie que já foi extremamente profícua na nossa região, e hoje, pela destruição de estuários e manguezais, corre risco de extinção, contrariamente ao que acontece no Norte do país".

Coordenador-geral de fauna do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marcelo Cupello destacou a necessidade de união e empenho na luta pela preservação de espécies ameaçadas.

"Todo trabalho de conservação precisa que haja integração, com todos remando na mesma direção", afirmou Cupello. "Entendemos que muitas vezes a tarefa de recolocar a pauta da fauna no seu devido lugar é complexa, pela dinâmica, pela logística e pelas barreiras que encontramos, mas esse é um trabalho e um dever de todos. Não existe animal pequeno sem importância. Todos têm sua função e nosso dever é protegê-los e preservá-los, mantendo um ambiente equilibrado. Somente desta forma teremos progresso".


A bióloga do Inea Diana Levacov apresentou o projeto Volta Guará, que pretende reintroduzir a ave no Estado do Rio de Janeiro, na Reserva Biológica Estadual de Guaratiba, e detalhou os planos de construções de viveiros e programas de monitoramento das aves.

"Geralmente, no dia a dia, atendemos a requerimentos externos, de pessoas ou empresas, então, para nós, um projeto próprio de restauração, reintrodução e preservação do manguezal é muito estimulante", contou a bióloga. "E mais revigorante ainda é receber todo esse apoio que recebemos de vários grupos e pessoas, embora ainda estejamos em busca de financiamento para o projeto que será apresentado à Câmara de Compensação Ambiental".

Completaram a mesa a chefe do Serviço de Fauna do Inea, Andrea Takitani; o superintendente estadual do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Daniel Charilton; o especialista em comportamento e bem-estar animal, Crico Cruvinel, e o coordenador de Animais Silvestres e Exóticos da CPDA, Francisco Carrera.

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