Realizado pela Comissão de Cultura da OABRJ, na tarde de terça-feira, 20, o evento "A moda e suas tendências - Well Fashion Rio" levou ao Salão Nobre Antônio Modesto da Silveira, na sede da Seccional, palestras, desfiles e exibições de vídeos a respeito da produtora Well Fashion Rio, que promove desfiles e debate tendências do mundo da moda e realiza ações sociais voltadas para populações vulneráveis. "Onde há um conjunto de pessoas buscando trazer felicidade, temos a cultura", afirmou o presidente da comissão, Wellington Ferreira. Também participaram do evento o CEO da agência Well Models, Santiago Oliver, e o diretor cenográfico da agência, Patrick Paes; os estilistas Almir França, Andrea Villas-Bôas e Emília Bessa, e a gestora cultural Ilca Angela. "O Well Fashion Rio começou em 2021, no fim da pandemia, e foi todo montado sem grandes investidores", afirmou Santiago. "Foi importante unir forças para proporcionar oportunidades a tantas pessoas que tinham apenas o sonho de fazer parte do mundo da moda". Estilista da escola de sustentabilidade EcoModa, Almir França destacou a importância do reúso de materiais na moda. "Fico feliz de ver um encontro de moda acontecendo na casa do Direito, já que no Rio de Janeiro a moda não tem Direito. No estado, só há uma lei simplória sobre moda que favorece apenas os grandes fabricantes. A moda, que é o segundo maior ramo gerador de empregos no país, não existe no Rio. É a segunda maior contaminadora dos aterros sanitários no Brasil, porque não sabemos o que fazer com essas roupas que não usamos mais". Participaram ainda do evento os diretores do Well Fashion Rio Guilherme Polimata e Dairos Luis. O comando da cerimônia ficou a cargo da presidente do Sindicato dos Modelos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SindModel-RJ), Rogéria Cardeal Hta, que falou sobre sua atuação no estado. "Há mais de dez anos começamos nossa luta pela inclusão de corpos pretos na Fashion Week, em que até mesmo um desfile em homenagem à África era realizado com modelos louros de olhos azuis com padrão europeu", afirmou Rogéria. "Não havia corpos gordos, corpos trans e pessoas gays eram humilhadas. Em 2018, o modelo Tales Soares morreu durante um evento por não se alimentar, e os produtores, após retirarem seu cadáver, exigiram o reinício do evento, afinal o público pagara por um espetáculo. Essa é a desumanização do profissional modelo. O Rio de Janeiro já foi espelho da moda, mas hoje se transformou numa rota de tráfico humano e turismo sexual. Por isso, é importante que os modelos se registrem na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e se sindicalizem".