03/09/2019 - 16:20 | última atualização em 03/09/2019 - 17:02

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Evento relaciona práticas colaborativas e constelação familiar

Nádia Mendes

Na manhã desta terça-feira, dia 3, a Comissão Especial de Práticas Colaborativas realizou um evento para abordar a intersecção entre as práticas e o Direito Sistêmico. "De que forma o Direito Sistêmico pode vir a ajudar os profisisionais da área jurídica na postura sistêmica? Constelação familiar e Direito Sistêmico são a mesma coisa? Vamos descobrir e, talvez, nos aprofundar um pouco mais", adiantou a presidente da comissão, Lívia Caetano.

Ela abriu a palestra com uma explicação geral sobre o que são as práticas colaborativas. "É um trabalho em a gente atende os clientes com uma equipe multidisciplinar", explicou, reforçando que integram as equipes profissionais de áreas diferentes do Direito, como psicólogos, terapeutas, psicanalistas, profissionais da área financeira e da área infantojuvenil. "Atualmente temos uma atuação enorme em Direito de Família, Empresarial e Cível, mas já estamos pensando e estudando a possibilidade de atuação em Direito Ambiental e do Trabalho", disse.

Pedagoga com especialização em psicopedagogia e em Terapia Familiar Sistêmica, Andréa Wakigawa foi a primeira palestrante do encontro e deu um panorama sobre a atuação dos profissionais colaborativos, relacionando com a Constelação Familiar. Wakigawa também atua como mediadora de conflitos, consteladora Familiar e colabora com a Comissão de Práticas Colaborativas da OAB/RJ, cuja presidente, Marília Alves, também esteve na abertura do evento.

Segundo Wakigawa, é fundamental reconhecer que os processos que envolvam relações humanas são muito mais emocionais que legais e que os clientes devem vistos como corresponsáveis. "Os profissionais colaborativos não procuram culpados. A gente ganha com o outro e não do outro", reforçou.

Ela definiu o processo como um preservador de relações, não um destruidor. "Muitos ex-casais em processo de divórcio conseguem uma parceria parental maior no pós divórcio do que no casamento, com a ajuda dos profissionais. O que significa ganhar a casa de campo ou guarda do filho se isso pode significar, a longo prazo, perder a relação com o pai ou a mãe do seu filho para o resto da vida?", questionou. 

Wakigawa pontuou que ao atuar com práticas colaborativas, os advogados se retiram do protagonismo do processo judicial. "Permitindo, assim, que os clientes sejam os protagonistas da vida deles. A rédea da vida está nas mãos dos indivíduos que procuram o processo", disse. 

Já a constelação familiar é uma terapia breve, de sessão única para cada tema, de abordagem sistêmica, fenomenológica e sem viés religioso. "A constelação clareia, de forma rápida e objetiva, as dinâmicas disfuncionais que ligam o cliente ao seu sistema familiar e que limitam seu desenvolvimento pessoal", explicou.

"Em uma sessão é como se a constelação colocasse um holofote, um foco no nó que segura esse cliente e na contribuição dele para não estar conseguindo sair do impasse ou sintoma. Coloca essa luz em padrões do passado que dão força e suporte para o individuo e que, muitas vezes, o segura, retém e aprisiona", destrinchou. Segundo Wakigawa, ficam claras as dinâmicas familiares que estão influenciando aquele momento. "A constelação amplia o olhar, sai do individuo e vai para o sistema, e ai estamos falando de várias gerações, nao só de pai e mãe, gerações que muitas vezes o cliente pode até não ter conhecido", explicou.

Em seguida, o presidente da Comissão de Direito Sistêmico da  Subseção do Tatuapé/SP, Fernando Cattelan, falou sobre Direito Sistêmico com foco na filosofia hellingeriana. As palestras completas estão disponíveis no Canal da OAB/RJ no Youtube.

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