24/06/2019 - 18:18

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Evento trata dos direitos sexuais e reprodutivos das pessoas com deficiência

Encontro foi promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência em parceria com a APABB/RJ

Cássia Bittar

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) da OAB/RJ promoveu na manhã desta segunda-feira, dia 24, na sede da Seccional, um evento em parceria com a Associação de Pais, Amigos e pessoas com deficiência, de funcionários do Banco do Brasil e da comunidade (APABB/RJ), com o objetivo de expor dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam no exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos.

No evento, intitulado Sexualidade e pessoa com deficiência, a presidente do Conselho Estadual para a Política de Integração da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro (CEPDE), Roberta Sales; a presidente da Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro (Adverj), Cinthya Pereira Freitas; a diretora do Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS), Kátia Edmundo; e a psicóloga e integrante do Movimento Estamos Todos em Ação (META), Rafaela Queiroz, divulgaram ações de conscientização sobre os direitos sexuais das pessoas com deficiência que ajudaram, nos últimos anos, a fazer o tema ganhar mais visibilidade.

Ainda assim, as ativistas apontaram questões enfrentadas por essas pessoas e que são praticamente desconhecidas pelo resto da população, como por exemplo, a dificuldade que uma mulher cadeirante encontra para fazer um exame de mamografia, ou a falta de acessibilidade nas formas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis ou de gravidez indesejada: as embalagens dos preservativos masculinos não contém informações como validade em braille, inviabilizando a leitura para deficientes visuais.

Apresentando a experiência com o projeto Caminhos da Inclusão, desenvolvido pelo CEDAPS em parceria com o Instituto Interamericano sobre Deficiência e Desenvolvimento Inclusivo (IIDI), Kátia Edmundo observou que hoje existem muito poucas iniciativas voltadas . “A gente vê os números do HIV crescendo e sabíamos que precisávamos envolver mais as pessoas com deficiência nas políticas de prevenção e tratamento. A resposta brasileira ao HIV-Aids precisa ser mais inclusiva”, afirmou ela, contando que o projeto além de conscientizar sobre a prevenção dá atenção às pessoas que já viviam com o vírus quando adquiriram deficiência: “Quanto mais bem informada a sexualidade será exercida com mais responsabilidade”.

O trabalho do CEDAPS, coordenado por Kátia Edmundo, atua também em outro projeto: um braço brasileiro do internacional Movimento Estamos Todos em Ação (META), apresentado no evento por Rafaela Queiroz, que vive com o vírus HIV desde que nasceu: nele os participantes trabalham o ativismo nos meios digitais, principalmente pelas mídias sociais, para falar sobre HIV, sexualidade e deficiência.

Presidente da comissão da OAB/RJ, Caio Souza falou da importância de tratar o tema, considerado por muitos tabu, mas que é de extrema importância no dia a dia de tantas pessoas: “Direitos sexuais fazem parte dos direitos das pessoas com deficiência”, disse ele.

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