18/03/2008 - 16:06

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Exame da OAB: calouros de direitos já se preocupam com a prova

Exame da OAB: calouros de direitos já se preocupam com a prova

 

 

Do jornal O Globo

 

18/03/2008 - A aprovação em um curso de direito de qualquer universidade pública é uma vitória suada. Mas o vestibular não é a única prova de fogo dos aspirantes a advogado. Depois da formatura, vem o exame de admissão na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), obrigatório para os bacharéis de direito que pretendem exercer a advocacia. Realizado três vezes ao ano, o primeiro exame de 2008 acabou de ser realizado nas 25 seções que a Ordem tem pelo Brasil.

 

No Rio de Janeiro, o resultado final está previsto para o fim deste mês, mas o maior índice de aprovação na primeira etapa ficou com a Uerj, com 86,42 %, tradicionalmente a líder do ranking da OAB/RJ entre as universidades do estado (veja, no quadro ao lado, o ranking das faculdades com o maior percentual de aprovados na primeira fase).

 

"A lista divulgada na semana passada, que tinha a UFRJ como a universidade com o maior índice de aprovação, estava com um erro", esclarece o presidente da comissão de exame da OAB/RJ, Marcello Oliveira. "A listagem, enviada para o conselho federal da OAB pelo organizador do exame, não incluía os candidatos que fizeram a prova por força de medida judicial. Isso mudou o resultado, uma vez que 25 alunos da Uerj fizeram o exame sub judice e foram aprovados".

 

Segundo a comissão de exame da OAB/RJ, nessa primeira fase o Rio aprovou apenas 27,84% dos estudantes. Ou seja: dos 5.542 inscritos no estado, somente 1.543 passaram à segunda fase. Para Oliveira, os resultados no exame estão abaixo do que a entidade espera. "Nós queríamos que o número de aprovados fosse mais alto. O exame exige conhecimentos daqueles estudantes que tiveram não só uma boa formação acadêmica, mas também uma bagagem sólida nos ensinos médio e fundamental", diz. "Quem passa em um vestibular sério e criterioso certamente passa também no exame".

 

Para os calouros de direito da UFRJ Liana Selles, Guilherme Panisset, Vinicius Fonseca e Fabíola Laércio, de 18 anos, e Ranier Coimbra, de 17, o exame da OAB é uma preocupação desde o início da faculdade. "Mesmo quem está interessado em concurso público tem que fazer (o exame), porque normalmente os cargos exigem prévia experiência em advocacia", lembra Guilherme Panisset. "Ninguém quer ser só bacharel", diz Liana.

 

Para o diretor jurídico da Uerj e ex-diretor do curso de direito Maurício Motta, o exame da OAB pode ser considerado um medidor da qualidade de ensino. "O exame não é o único critério para atestar a excelência de ensino de uma instituição, mas é um critério razoável, pois a entidade o aplica há muitos anos de forma periódica", acredita. "O importante é que o aluno saiba relacionar as coisas e tenha uma boa formação técnica e filosófica, para poder aplicar o conhecimento".

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