Investigada por corrupção, juíza deve ser promovida a desembargadora Do jornal O Globo 10/02/2009 - O Tribunal Regional Federal da 1ª Região deverá promover esta semana a desembargadora a juíza Ângela Catão, da 11ª Vara Federal de Belo Horizonte. Relatório da Operação Pasárgada, que a polícia deve enviar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) também esta semana, acusa a juíza de corrupção e formação de quadrilha, entre outros crimes. A polícia investiga o suposto envolvimento de Ângela no favorecimento a prefeitos acusados de desviar verbas do Fundo de Participação dos Municípios. A juíza deverá ser promovida a desembargadora para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria do vice-presidente do TRF, Antônio Ezequiel da Silva, no fim do mês passado. A existência da vaga foi anunciada em edital publicado semana passada. Como é a magistrada com o maior tempo de serviço, Ângela é a primeira da fila. Ela só não será promovida se declarar que não quer trocar a Justiça Federal em Minas pelo TRF em Brasília. Ângela já desistiu duas vezes da promoção, mas desta vez, segundo uma autoridade com trânsito no TRF, ela não abrirá mão do novo posto. Tendência é que nome seja aprovado simbolicamente Caso Ângela Catão não se manifeste contra a promoção, a Corte Especial do TRF deverá se reunir, provavelmente na quinta-feira, para dar a ela a vaga de Antônio Ezequiel. O nome dela teria que ser aprovado por dois terços do colegiado, formado por 18 desembargadores. Mas a votação tem um caráter simbólico. Segundo a assessoria do tribunal, como o critério é a antiguidade, a tendência é que a Corte Especial aprove o nome sem problemas. Durante as investigações da Operação Pasárgada, a juíza foi flagrada em conversas suspeitas com Francisco de Fátima Sampaio de Araújo, gerente de uma agência da Caixa Econômica em Belo Horizonte. Num dos diálogos, gravados com autorização judicial, Ângela e Araújo fazem comentários sobre os itens de um carro de luxo que um grupo de lobistas interessados em determinadas decisões daria à juíza. Procurada pelo GLOBO, Ãngela Catão disse, por intermédio de uma de suas auxiliares, que não se manifestaria sobre sua possível promoção a desembargadora. A assessoria de imprensa do TRF confirmou que Ângela Catão é a primeira da lista para ser promovida a desembargadora. Mas ressalvou que, se quiser, a juíza pode desistir da nomeação.