26/01/2009 - 16:06

COMPARTILHE

José Murta Ribeiro recebeu homenagem no Museu da Justiça

José Murta Ribeiro recebeu homenagem no Museu da Justiça

 

 

Do Jornal do Commercio

 

26/01/2009 - O centenário do nascimento do desembargador José Murta Ribeiro, presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) no biênio 1969-1970, foi lembrando com a inauguração de um busto de bronze em sua homenagem, na sexta-feira. O evento foi realizado por iniciativa do Grupo Dirigente do Museu da Justiça e emocionou o filho do homenageado, o também desembargador José Carlos Schmidt Murta Ribeiro, hoje no cargo que o pai ocupou há 40 anos.

 

O atual presidente do TJ-RJ não conteve as lágrimas. Não poderei fazer discurso porque o coração fala mais alto. Estou aqui apenas para agradecer. Como desembargador, meu pai sempre procurou servir à Justiça como eu também estou fazendo: com ética, transparência e dedicação, disse rapidamente, durante a cerimônia de inauguração do busto. A homenagem ocorreu dias antes de José Carlos Murta Ribeiro deixar à presidência do TJ-RJ. Ele passará o cargo no próximo dia 3 ao corregedor geral de Justiça, Luiz Zveiter, eleito em votação realizada no ano passado.

 

O ex-servidor do antigo Tribunal de Justiça da Guanabara Luiz Fernando de Souza, que trabalhou como secretário de José Murta Ribeiro, discursou em nome dos funcionários da época. Esta homenagem nos transporta aos idos de 1969, ocasião em que tomava posse na presidência do saudoso Tribunal de Justiça do Estado da Guanabara José Murta Ribeiro. Durante os dois anos de sua administração, vimos o seu trabalho em prol da melhor prestação jurisdicional, disse.

 

Luiz Fernando lembrou que Murta Ribeiro, o pai, teve a missão de dirigir o tribunal em uma época difícil, em que a democracia e os direitos do cidadão haviam sido tolhidos, por causa da ditadura militar. Mesmo diante das adversidades, afirmou o ex-funcionário, o magistrado soube manter a corte íntegra. Murta Ribeiro exerceu toda a sua vida de magistrado com competência, honradez, polidez e liderança, afirmou.

 

Emílio Antônio Souza Ribeiro, um dos alunos do José Murta Ribeiro, também lhe prestou homenagem. Ele lembrou que o magistrado, como professor, sempre esteve disposto a dar explicações depois e durante as aulas. O desembargador foi professor de Direito Penal na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), tendo até mesmo chegado a receber menção do Papa João XXIII pelos serviços relevantes prestados à PUC-RJ.

 

José Murta Ribeiro foi também reitor da Universidade Gama Filho e um dos fundadores da Faculdade de Ciências Jurídicas do Estado do Rio de Janeiro, onde foi diretor por 16 anos. Ele recebeu diversas condecorações, como a Medalha do Mérito Judiciário Militar, do Mérito Penitenciário, do Mérito José Bonifácio e a Medalha Estácio de Sá.

 

Falo em nome de todos os ex-alunos desse exímio professor, que dignificava, como mestre, todas as virtudes que devem ser inerentes ao cargo. Ele era magnânimo em relação aos humildes e nunca foi arrogante com os seus subordinados, afirmou o ex-aluno.

 

Outro a prestar homenagem foi João Mestieri, que falou em nome dos ex-professores da PUC-RJ. José Murta Ribeiro foi um excelente professor, com atitudes éticas e intelectuais que contagiavam a todos, disse.

 

José Murta Ribeiro nasceu em 23 de fevereiro de 1909, em Alagoinhas, na Bahia. Começou a vida pública como estagiário da Promotoria Pública de Jaboticabal, em São Paulo. Foi promovido a promotor público por merecimento, tendo exercido esse cargo de 1935 a 1941. Ingressou na magistratura do antigo Distrito Federal por meio de concurso público. Tornou-se desembargador em 30 de janeiro de 1959. Com a transferência da Capital da República para Brasília e a criação do Estado da Guanabara, em 1960, passou a integrar o novo Tribunal de Justiça, até ser eleito para assumir o cargo de presidente, em 26 de dezembro de 1968. Aposentou-se em 5 de outubro de 1978.

Abrir WhatsApp