Está no ar, no canal da OABRJ no YouTube, a edição mais recente do programa de bate-papo “Juntos”, em que o diretor de Comunicação da OABRJ, Marcus Vinicius Cordeiro, recebe grandes nomes do universo jurídico. Desta vez, o convidado é Nei Lopes, um bacharel formado pela Faculdade Nacional de Direito (atual UFRJ) em 1966 que se notabilizou menos pelas causas defendidas perante os tribunais e mais pela grandiosidade da obra artística e intelectual expressa nas dezenas de livros premiados - os mais recentes são deste ano: o infanto-juvenil “As viagens de Simba Jaziri (Globolivros) e “Academia de Letras” (Ed. Contra Corrente), coletânea explicada de mais de 300 letras de suas canções; na pesquisa consistente sobre a diáspora africana no Brasil e na composição de sambas eternizados nas mais importantes vozes da MPB e também em sua própria. “A advocacia saiu da minha vida, mas o Direito não me deixou. Quando me tornei compositor profissional de música popular, na década de 1970, após a faculdade, comecei a lidar com direito autoral e até hoje sou dirigente de associação”, conta o titular de inscrição na Ordem ativa até hoje. “A vocação que se manifestou na infância permanece na minha literatura - tenho diversos romances e contos que têm advogados como personagens - e se traduz na minha música. São vários os sambas e canções que abordam o Direito. Tenho prazer de ter sido advogado militante”, diz, citando “Senhora Liberdade”, um dos hinos das Diretas Já! e do movimento pela anistia dos perseguidos políticos pela ditadura militar, escrito com o parceiro de sempre, Wilson Moreira. Mesmo afastado há muito do dia a dia da profissão, Nei foi prestigiado, em agosto deste ano, aos 80 anos, com a Medalha Luiz Gama, concedida pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) a personalidades que lutam pelo Direito, pela democracia, pela liberdade e pela defesa do Estado democrático de Direito. O símbolo foi desenhado por Oscar Niemeyer especialmente para o IAB. Recebeu ainda títulos de Doutor honoris-causa concedidos pelas universidades UFRuralRJ; UFRGS; Uerj e UFRJ - estes dois últimos títulos concedidos em 2022. “Encontrei barreiras racistas na advocacia (…) Quando voltei à universidade para receber o título honorífico, vi um ambiente totalmente diferente”, observou. Assista ao programa na íntegra pelo link acima ou no canal da OABRJ no YouTube.