13/01/2009 - 16:06

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Justiça determina sequestro de bens de Lins

Justiça determina sequestro de bens de Lins


Do jornal O Globo

13/01/2009 - Réu em ação de improbidade administrativa, o ex-chefe de Polícia Civil e deputado cassado Álvaro Lins terá sete imóveis e dois veículos sequestrados esta semana por determinação da 15a Vara de Fazenda Pública do Estado. Os bens estão em nome de parentes e de um ex-assessor, citados como "laranjas" do delegado em denúncia da Promotoria de Tutela Coletiva do Ministério Público do Rio.

Com a decisão da Justiça, os imóveis e os carros, que já estavam bloqueados, poderão ser levados a leilão. Os bens - classificados na ação como incompatíveis com os rendimentos de Álvaro Lins - totalizam R$ 1,7 milhão. O valor foi calculado pelos promotores com base nos pagamentos declarados pelos "laranjas" e estaria subestimado.

Um exemplo é o apartamento onde Lins vivia na Rua Cinco de Julho, em Copacabana. Com 200 metros quadrados, o imóvel teria sido comprado por R$ 590 mil em janeiro de 2005. O preço, na avaliação de imobiliárias, seria de R$ 1 milhão.

Além da discrepância entre os valores, o imóvel foi transferido para Maria Canali Bullos. Avó da mulher de Lins, a aposentada fazia declaração de isenta até 2004. Após a transferência, no entanto, a situação cadastral da aposentada passou a figurar como pendente de regularização.

Álvaro Lins foi preso pela Polícia Federal em maio passado, na Operação Segurança Pública S/A. De acordo com a investigação da PF - parte dela usada como base na ação de improbidade administrativa do MP -, em cinco anos, entre 2001 e 2006, o ex-chefe de Polícia Civil comprou cinco apartamentos: três em Copacabana, um em Botafogo, além de uma cobertura no Grajaú - os dois últimos registrados em nome de sua mãe. Todos os imóveis foram pagos à vista e agora serão sequestrados.

Além deles, a Justiça também determinou o sequestro de dois apartamentos em Barra Mansa. Os dois imóveis estão em nome e Lins e aparecem na declaração de bens apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). No documento, o ex-chefe de Polícia Civil declara ainda um jipe Ford e um telefone, totalizando um patrimônio de R$ 78.100. O valor dos imóveis, contudo, foi considerado subestimado na ação do Ministério Público.

O jipe Ford citado na declaração de Lins ficou fora da lista de bens que serão sequestrados.

O mesmo não aconteceu com o Pajero TR-4, ano 2005, blindado, avaliado em R$ 121 mil, e o Toyota Fielder, também blindado, ano 2005, avaliado em R$ 113,8 mil. Este carro, segundo ação do MP, esteve em nome do sogro de Lins, Francis Bullos, e de um ex-assessor seu, o inspetor de Polícia Civil Mário Franklin Mustrange, o Marinho. Além da ação na Justiça estadual, Lins e outras 15 pessoas respondem a processo na Justiça Federal por lavagem de dinheiro, corrupção, formação de quadrilha e descaminho.

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