29/06/2008 - 16:06

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Ministério Público do Rio cria banco de vozes

Ministério Público do Rio cria banco de vozes

 

 

Do jornal O Dia

 

29/06/2008 - Única, como a impressão digital e a escrita, a voz também pode levar à identificação de criminosos. A partir o acervo das escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, quatro fonoaudiólogas e dois policiais militares do grupo Técnico de Apoio Especializado (Gate), do Ministério Público Estadual, criaram o primeiro banco de vozes do País. Só no ano passado, para montar o arquivo, o Laboratório de Análise de Voz, Fala e Linguagem trabalhou com mais de cinco mil conversas telefônicas, 500 pessoas interceptadas e mais de 50 imagens.

 

Na base do banco de dados constam operações como a Tingüi - que em 2006 levou à prisão 75 policiais de vários batalhões acusados de vender armas para o tráfico - e a Duas Caras - responsável pela prisão de 73 militares acusados de envolvimento com o tráfico em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, no ano passado.

 

Cada voz foi catalogada pelo padrão, codinomes utilizados pelo interlocutor e pelo inquérito a que pertence. Assim, se em algum caso houver identificação pelo cruzamento de dados, será possível identificar o suspeito em outros inquéritos. Parte do acervo foi enviada à Corregedoria da PM.

 

No arquivo, há ainda operações como a Uniforme Fantasma e a Propina S/A, que levou à prisão quadrilha de fiscais de renda, contadores e empresários, responsáveis por rombo estimado em mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos. "O acesso é fácil, rápido e seguro. As informações até então ficavam perdidas num emaranhado de fitas e CDs. Agora, todo o material fica disponibilizado em forma digital, o que também assegura a preservação da prova", explica a fonoaudióloga Maria do Carmo Gargaglione.

 

A metodologia utilizada pela Gate do Rio será exportada para São Paulo. Na semana passada, Maria do Carmo e a coordenadora do Gate, a promotora Janaína Marques, foram à capital paulista para estudar a parceria entre os estados. "O intercambio vai permitir que a gente monte aqui um laboratório de Informática já implantado em São Paulo", explica a promotora.

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