14/02/2008 - 16:06

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OAB: Rio tem o quinto pior resultado em prova

OAB: Rio tem o quinto pior resultado em prova

 

 

Do jornal O Globo

 

12/02/2008 - O exame da Ordem dos Advogados do Brasil mudou - pela primeira vez, os candidatos do Estado do Rio fizeram a prova unificada, aplicada atualmente em 23 seções da entidade. No entanto, o fraco desempenho na avaliação ainda é o mesmo: dos 5.543 inscritos na primeira fase, apenas 23,97% foram aprovados. Isso significa que o estado teve o quinto pior resultado, perdendo somente para o Amapá (14,89% de aprovados), Mato Grosso (18,58%), Amazonas (19,28%) e Tocantins (19,93%). De acordo com a OAB/RJ, o percentual de eliminados é um reflexo da qualidade do ensino. Faculdades, porém, criticam o exame, alegando que ele só avalia a capacidade de o candidato decorar leis.

 

 

Era preciso acertar pelo menos 50% das questões

 

Realizada dia 20 de janeiro, a primeira fase da prova tinha cem questões de múltipla escolha. Para ser aprovado, o candidato tinha que acertar pelo menos 50 perguntas. Segundo o presidente da Comissão de Exame da ordem, Marcello Oliveira, o objetivo do teste não é ser rigoroso demais, muito menos restringir o mercado: é selecionar profissionais com condições de dar um atendimento adequado ao cliente: "Muitas instituições aceitam candidatos que não têm preparo para ingressar no nível superior. Muitas aboliram o vestibular, aceitam quem tira nota 3 na redação. Depois, é muito fácil culpar a OAB. Se a faculdade admite um aluno despreparado, tem que recuperá-lo ao longo do curso".

 

 

"Isso pode virar uma indústria", diz professor

 

De acordo com um ranking divulgado pela OAB, referente ao resultado final do 32oexame (a atual seleção é a 34ª), duas instituições não aprovaram nenhum candidato: o Centro Universitário Augusto Motta (que teve 134 participantes) e a Faculdade São José (15). Nessa mesma prova, dos 121 candidatos do Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos, apenas um passou.

 

O coordenador do curso de direito da Moacyr Bastos, Carlos Alberto Lima de Almeida, diz que a faculdade trabalha para melhorar a formação dos alunos e oferece, por exemplo, aulas de reforço. Mas, de acordo com ele, a OAB também deveria reavaliar seu exame.

 

"Algumas questões avaliam se o candidato decorou a lei. Deveriam avaliar a capacidade dele de aplicar a legislação. Não sou contra o exame. Mas ele tem que avaliar a prática profissional", disse Almeida, que teme a proliferação de cursos preparatórios para a prova. "A Escola Superior de Advocacia, que deveria cuidar da formação continuada dos advogados, tem cursinho para o exame. Isso pode virar uma indústria".

 

A segunda etapa do 34° exame da ordem será dia 9 de março e os candidatos farão seis questões discursivas. A prova unificada é elaborada por uma banca nacional. Estão de fora os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rondônia. Segundo Oliveira, a expectativa era de o Rio ter um desempenho mais satisfatório na avaliação unificada: - Em relação aos demais estados, o Rio tem mais tradição no ensino jurídico.

 

 

Faculdades devem perder 15 mil vagas de direito

 

Em janeiro deste ano, o Ministério da Educação anunciou que, até abril, deverá cortar um total de 15 mil vagas de direito em faculdades reprovadas no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Quatro instituições do Rio devem ser afetadas: Moacyr Bastos, UniverCidade, Castelo Branco e Plínio Leite.

 

De acordo com Oliveira, cabe ao MEC fiscalizar as instituições de ensino. "O Conselho Federal da OAB emite parecer sobre cursos que pedem reconhecimento ao MEC. Nos últimos anos, 50% foram contrários. Mesmo assim, o MEC autorizou a abertura. E nosso parecer leva em consideração condições gerais, biblioteca, corpo docente e alunos por sala", disse Oliveira.

 

 

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