06/04/2009 - 16:06

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OAB/RJ cobra resposta do Estado sobre prostituição estimulada por traficantes

OAB/RJ cobra resposta do Estado sobre prostituição estimulada por traficantes


Do jornal O Globo

06/04/2009 - Indignado com os fatos revelados na reportagem publicada neste domingo no jornal O Globo, o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, cobrou uma resposta do Ministério Público e das autoridades de segurança sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes por traficantes de drogas. "Exigimos uma pronta ação, no sentido de reprimir e desbaratar essas quadrilhas. Essas jovens necessitam de educação, carinho e investimentos sociais; e não serem obrigadas a se prostituir para o lucro desses bandidos", disse Damous, acrescentando que a coação que os criminosos fazem é uma barbárie que depõe contra a imagem do Brasil no exterior.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa (Alerj), Marcelo Freixo, disse que nesta terça, 7, vai se reunir com os deputados da Casa para mandar ofícios à Secretaria de Segurança e às Corregedorias das Polícias pedindo informações sobre as investigações, o que poderá provocar uma audiência pública. "Essa exploração já era conhecida e consta no relatório da CPI das Milícias, mas o uso dessa prática perversa por traficantes eu desconhecia. Faltam políticas públicas voltadas para esse problema".

A delegada Maria Aparecida Mallet, da DCAV, vai se reunir hoje com o Juizado de Menores, a Chefia de Polícia Civil e representantes da Fundação para a Infância e a Adolescência (FIA): "Vamos elaborar estratégias para coibir esse tipo de crime".

Para Rodrigo Bethlem, secretário da Ordem Pública, a exploração sexual de menores por traficantes é um problema recorrente que já vem sendo combatido pela prefeitura. "Infelizmente, essa prática se confunde com a prostituição corriqueira que existe nas ruas, que não é crime. Por isso temos fotografado placas de automóveis e tentado identificar quem são esses jovens", diz.

Já o desembargador Siro Darlan, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA), afirma que é necessário mais do que isso: "É preciso que esses jovens ganhem oportunidades para ter uma vida diferente, mas isso não tem sido uma prioridade do governo".

Procurados para comentar o assunto, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar não retornaram as ligações da equipe do jornal.

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