16/02/2023 - 17:36 | última atualização em 27/02/2023 - 18:32

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OABRJ no combate aos golpes com dados de advogados: Comissão de Prerrogativas reúne-se com delegado da DRCI

Felipe Benjamin

Os golpes praticados por estelionatários, muitas vezes envolvendo o nome de advogados, foram tema de um encontro que reuniu representantes da Comissão de Prerrogativas da OABRJ e o delegado Pablo Sartori, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil. Na reunião, foram discutidos os casos envolvendo o uso de dados de advogados e seus clientes, e possíveis medidas a serem adotadas no combate a essas práticas.

"Na conversa com o delegado Sartori apresentamos a questão dos golpes em que dados de advogados têm sido utilizados e ouvimos dele que cerca de 90% desses casos têm origem em São Paulo, e que sites de consulta como os do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SPC) e do Serasa são usados como fontes de possíveis alvos pelos criminosos", afirmou o presidente da Comissão de Prerrogativas, Marcello Oliveira.


"Expressamos todo o nosso interesse em colaborar com a Polícia Civil, e buscar formas criativas de cooperar, talvez através da Procuradoria, quem sabe por meio de uma ação civil pública para atacar esse cenário que foi identificado e exigir que os sites de consulta atuem com transparência, até para que a polícia possa fazer seu trabalho".



Estiveram presentes ao lado de Marcello, a procuradora-geral da comissão, Sheila Mafra; o coordenador-geral da Comissão de Prerrogativas junto à Polícia Civil, Alberico Montenegro; a delegada da comissão junto à Polícia Civil, Mary Anne Ramalho Montenegro, e o presidente da OAB/Leopoldina, Alexandre Aguilar.  

"Essa foi uma reunião importante porque nos permitiu dar início a uma cooperação com a Ordem dos Advogados para que possamos buscar junto às empresas e seus bancos de dados uma agilidade na informação que nos auxiliará nas investigações", afirmou o delegado.

"Enfrentamos um aumento severo dos casos de estelionato, uma vez que agora os estelionatários conseguem, de suas casas, atingir vítimas no país inteiro, e o processo para combater os casos segue sendo lento. As polícias civis não são integradas e cada uma delas mantém seu próprio banco de dados e sua plataforma de funcionamento. Em um país gigante como o Brasil, há sempre uma escassez de recursos para que façamos diligências, sejam elas locais ou em outros estados. A Polícia Civil de São Paulo colabora conosco e tenta identificar suspeitos, mas todo o processo burocrático ainda causa morosidade no processo investigativo".

De acordo com o titular da DRCI, advogados e advogadas devem orientar seus clientes para que sempre chequem os contatos realizados e se certifiquem de que qualquer pedido foi realmente realizado pelo profissional contratado. 


"Os advogados são as maiores vítimas nesses casos, porque deles não se pode sequer exigir um outro cuidado. Mas é essencial conscientizar a todos aqueles que tenham ações tramitando com advogados constituídos", afirmou Sartori.



"Quem recebeu um contato, tem que checar com seu advogado, de preferência por ligação de vídeo ou visitando o profissional em pessoa. Isso acaba com as chances de algum criminoso se fazer passar por um advogado numa dessas tentativas de golpe".

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