09/01/2020 - 12:03 | última atualização em 10/01/2020 - 12:39

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OABRJ decreta luto oficial pela morte de Sergio Fisher

Eduardo Sarmento

Com enorme pesar, a OABRJ comunica o falecimento, aos 74 anos, de seu ex-vice-presidente e membro do Conselho Consultivo Sergio Eduardo Fisher, ocorrido nesta quinta-feira, dia 9. O velório será na sexta-feira, dia 10, entre 9h e 13h, no Crematório da Penitência, que fica na Rua Monsenhor Manuel Gomes, 307, no Caju. O presidente da Seccional, Luciano Bandeira, decretou luto oficial de três dias.

"Fisher foi um mestre para muitos, sempre teve uma visão maior do Direito e das responsabilidades da advocacia. Por isso, foi uma figura central no processo de renovação da OABRJ, onde teve uma atuação marcante", afirmou Luciano, destacando a importância de Fisher em sua trajetória profissional. "Considero um pai na profissão, com ele aprendi tudo o que sei. Entrei na advocacia pelas suas mãos, fui seu estagiário, trabalhamos juntos e tive a honra e o orgulho de me tornar sócio do meu mentor. Foi seguindo os passos dele que passei a atuar na Ordem. Fisher parte mas deixa sua marca, um distintivo que será ostentado com orgulho pelos que tiveram a chance de conviver e atuar a seu lado".

Com meio século de militância na advocacia, Fisher tornou-se uma referência para a classe. Formou-se em 1969 pela Faculdade Cândido Mendes e iniciou sua participação no cotidiano da OABRJ na década de 1980, quando, após fazer parte do quadro auxiliar, foi conselheiro nas gestões de Carlos Maurício Martins Rodrigues, entre 1987 e 1989, e de Cândido de Oliveira Bisneto, de 1989 a 1991.

Afastou-se da Ordem após esse período por discordar dos caminhos tomados pela entidade e rapidamente tornou-se um dos líderes da oposição. Retornou à Seccional em 2007, quando foi eleito tesoureiro na chapa encabeçada por Wadih Damous. Em 2010, com Wadih reeleito, passou a ocupar o cargo de vice-presidente. Durante a gestão de Felipe Santa Cruz, entre 2013 e 2018, foi conselheiro federal pelo Rio de Janeiro. Recentemente foi um dos cinco escolhidos para integrar o Conselho Consultivo da OABRJ, um fórum permanente formado por expoentes da advocacia e responsável por opinar e pronunciar-se sobre questões relevantes para a entidade.

Felipe considerou que apesar das décadas como referência do contencioso fluminense, não foi o sucesso profissional o traço que mais distinguiu Fisher. "O que deixa a dor mais aberta em seus muitos admiradores é a saudade de um líder institucional único. Ele tinha aquela  paixão pela Ordem que faz um advogado abdicar de tempo familiar e profissional pelo bem de todos. Referência  fundamental na formação de uma geração inteira que hoje dirige a entidade, era capaz de ser duro no cotidiano, inflexível em sua austeridade, mas carinhoso ao extremo com os que dividiam os seus sonhos de vida".

Ponto comum em todas as declarações sobre Fisher, a capacidade de orientar os colegas e compartilhar a própria experiência também marcou a fala de Wadih. "Nos conhecemos no movimento de oposição e batalhamos mais de 15 anos para vencermos as eleições. Fisher era de uma geração mais antiga, formada por expoentes como Paulo Saboya, Humberto Teles, Ricardo Lyra, Evandro Lins e Silva. A confiança depositada em mim fez com que ele se tornasse um elo de ligação entre duas épocas da advocacia. Teve uma trajetória brilhante como advogado e deixa um enorme legado. Hoje, além de um companheiro de lutas, perco um dos melhores amigos que tive na vida". 

Ao falar sobre o colega, o diretor de comunicação da Seccional, Marcus Vinicius Cordeiro, ressaltou a busca de Fisher pelo aprimoramento constante da atuação institucional da Ordem. "Sempre externou o desejo de uma OABRJ defensora da Constituição, da ordem jurídica, do Estado democrático de Direito, dos direitos humanos, da justiça social; uma OAB para além das questões corporativas apenas". 

Fisher também presidiu o Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional no biênio 1987/1988 e no triênio 2013/2015 e a Comissão dos Juizados Especiais Cíveis entre 2007 e 2012. Era membro das comissões de concurso para ingresso na magistratura, no Ministério Público e na Procuradoria da República. Deixa dois filhos: Eduardo Fisher e Anita Fisher.

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