13/12/2022 - 16:30

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OABRJ discute impacto do metaverso para a advocacia

Evento debateu transformações no Direito provocados pelos avanços tecnológicos

Felipe Benjamin



Realizado na noite de segunda-feira, dia 12, pela Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da OABRJ, o evento "O metaverso e a aplicação no Direito do Consumidor" debateu, no Plenário Evandro Lins e Silva, na sede da Seccional, as possibilidades de comércio no mundo digital e as transformações trazidas pelas inovações tecnológicas. A cerimônia foi comandada pelo presidente da CDC, Tarciso Amorim.

"Os bens digitais existem e é possível fazer negócios no metaverso", afirmou Renato Porto, doutor e mestre em Direito pela Universidade Estácio de Sá.


"Muitos ainda acham que tudo se resume a bonequinhos que fazem dancinhas, mas agora, com os óculos de realidade virtual é possível ver filmes, assistir a shows ou até mesmo fazer cursos, algo que imagino que em algum momento a OABRJ irá implementar. Cada vez mais, eventos como este aqui serão acompanhados por pessoas no metaverso. É possível, portanto, abrir negócios no metaverso, inclusive escritórios de advocacia. Já é viável, hoje em dia, a advocacia sem processo. É possível usar essa ferramenta para trabalhar com consultoria ou para dar aulas. Como o uso do metaverso será cada vez mais comum, certamente surgirão problemas. E a quem caberá a tarefa de resolver esses problemas? Aos advogados. E como resolver um problema que você não conhece?"



Completaram a mesa do evento o vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Carlos Alberto Sobral Pinto; as integrantes da CDC, Betina Delamare e Bianca Caetano, e o presidente da Comissão de Metaverso da OABRJ e integrante da CDC, Alan Flávio da Fonseca Geraldo, que falou sobre a velocidade dos avanços tecnológicos e seu impacto sobre o Direito. 

"Quando meu avô advogava nos anos 1940, o que era necessário para ser um grande advogado? Um escritório no Centro da cidade e um belo cartão de visitas branco com belas letras", pontuou.

"Nos anos 1990, o importante era ter um cartão preto e um bom site. Quem não estava na internet não captava clientes. Hoje é inimaginável pensar que alguém entrará na internet e digitará o endereço de um site. Hoje o importante é ter boas redes sociais e usar as lives. A advocacia tem restrições de propaganda absurdas e o metaverso abre uma gama de possibilidades de publicidade e propaganda até então inédita, e isso para a advocacia é algo muito importante. Os conceitos de Direito Digital e Direito do Metaverso ainda se confundem. Montar um site do seu escritório na internet é algo do mundo digital. Ter um terreno na sandbox, com a possibilidade de interação e avatares dos advogados já é algo do metaverso e, uma nova realidade à qual temos que tentar nos adaptar ao máximo, ainda que quando chegar o Marco Legal do Metaverso talvez já nem exista mais o próprio metaverso".

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