19/04/2022 - 16:01 | última atualização em 19/04/2022 - 16:04

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OABRJ discute participação feminina no consumo

Evento foi realizado pela Comissão de Defesa do Consumidor da Seccional

Felipe Benjamin

A participação feminina nas relações de consumo foi tema de um evento homônimo realizado pela Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da OABRJ na segunda-feira, dia 18, na sede da Seccional. Sob o comando da integrante da Comissão Renata Ruback, os participantes discutiram o papel das mulheres nas decisões de consumo e sua relação com a propaganda midiática.

A abertura do evento ficou a cargo do presidente da CDC, Tarcisio Gomes de Amorim - que destacou a composição da comissão, que conta com 65% de integrantes mulheres -, e do procurador-geral da OABRJ, Fabio Nogueira, que saudou a presença de vários presidentes de subseção na plateia do Plenário Evandro Lins e Silva.

"Esse é um trabalho coletivo, e é importante que as comissões tenham esse olhar para as subseções do estado, não apenas na integração entre as comissões das subseções com a Seccional, mas também na escolha de palestrantes qualificados, uma vez que, em muitas subseções, o acesso a palestras e simpósios é mais difícil", afirmou Nogueira.

Primeira palestrante da noite, a vice-presidente da Seccional, Ana Tereza Basilio, iniciou seu discurso louvando o trabalho da comissão. Em seguida, Basilio falou sobre erros perpetuados pelas agências de marketing ao apresentar seus produtos às mulheres:

"Uma recente pesquisa do jornal Valor Econômico, mostrou que quase metade dos lares brasileiros são geridos por mulheres e 80% do consumo é definido pelas mulheres. Ou seja, somos nós que compramos. Por outro lado, uma pesquisa da SPC Brasil apontou que 60% das mulheres não se sentem representadas ou atendidas pela propaganda midiática. O Valor Econômico também mostrou que marcas que apresentam ao consumidor uma mensagem mais humanizada têm um desempenho 30% superior àquelas que ainda insistem nos padrões imaginários. Então, até para ser eficiente é preciso ter identidade e empatia, mudar essa cultura e apostar na diversidade".

Conselheira da Seccional e representante da OAB Mulher, Fernanda Mata, apontou para a tática da "taxa rosa", que apresenta produtos a preços inflacionados, com a justificativa de que são destinados ao público feminino.

"O clássico caso da taxa rosa é o da lâmina de barbear", afirmou Fernanda. "Os produtos são rigorosamente iguais, mas um deles, por ser cor de rosa, é mais caro. O mesmo acontece no material escolar. Uma mochila que seria para meninas é 30% mais cara do que uma que seria destinada a meninos. Curiosamente, nós mulheres consumimos mais, mas recebemos menos do que os homens. Há uma grande incoerência. É importante que fique essa reflexão".

Completou a mesa a integrante da Comissão de Defesa do Consumidor da OABRJ, Elisabeth Baraúna da Conceição Filha.

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