09/02/2023 - 15:51 | última atualização em 14/02/2023 - 19:18

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OABRJ intensifica alerta contra golpes com dados de advogados

Seccional ampliará pressão junto a autoridades públicas para que reforcem investigações

Felipe Benjamin






Os golpes aplicados por estelionatários que se fazem passar por advogados e convencem clientes a fazerem depósitos têm se intensificado e a Comissão de Prerrogativas da OABRJ reforça os alertas feitos à advocacia. O grupo anunciou que também cobrará das autoridades uma atuação mais rigorosa em relação a esses casos.

"Os casos de fraude não apenas continuaram, como parecem estar se intensificando", reclamou o presidente da Comissão de Prerrogativas, Marcello Oliveira.


"É importante que advogados contatem seus clientes e estabeleçam uma rotina, explicando exatamente por quais canais ações como antecipações de honorários ou reembolsos de despesas serão realizadas. Temos recebido muitos relatos de advogados que têm tido seus nomes usados por estelionatários e a Ordem exigirá que todos sejam investigados a fundo, para evitar que esse cenário, que já está se tornando endêmico, se agrave. Não é aceitável que as investigações de tantos casos sigam sem conclusão. Queremos respostas das autoridades públicas em relação a esse tipo de crime, absolutamente rastreável".



No início de fevereiro, o ex-procurador-geral da OABRJ Guilherme Peres se viu envolvido em um caso, no qual golpistas enviaram cartas anunciando liberações de processos de precatórios usando seu nome, e avisou as autoridades.

"As cartas foram enviadas em papel timbrado com a marca do Poder Judiciário e apresentavam um número de telefone no qual eu supostamente poderia ser contactado", contou Peres.

"E de fato, uma pessoa atendia o telefone dizendo ser eu. Entrei em contato com o Sindicato dos Advogados, que disse ter ciência de vários casos semelhantes. É importante que advogados, especialmente aqueles com ações envolvendo precatórios, auxiliem seus clientes para evitar situações como essa. Mas independentemente dos alertas, os profissionais que se virem nessa situação devem contactar as autoridades e fazer registros de ocorrência. Até porque isso não é algo que aconteça somente no Rio de Janeiro. Logo depois do meu caso, recebi a notícia de uma colega de Santa Catarina que se viu envolvida em uma situação semelhante, na qual a quadrilha atuou com o mesmo modus operandi".

De acordo com a procuradora-geral da Comissão de Prerrogativas, Sheila Mafra, muitos relatos têm chegado até a OABRJ, e a comissão orienta advogados e advogadas a procurarem a polícia, além de notificar o Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional para que o órgão tenha ciência das alegações da advocacia e eventuais representações contra eles sejam vistas sob a luz dessas informações.

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