07/10/2021 - 12:56 | última atualização em 07/10/2021 - 13:25

COMPARTILHE

OABRJ lamenta a morte de um de seus funcionários mais antigos e mais queridos: o motorista Nelio Marques

Nelio, que serviu à Seccional por 36 anos, estava internado desde agosto por problemas cardíacos

Clara Passi

A OABRJ decretou luto oficial de três dias pela morte, na manhã desta quinta-feira, dia 7, de um de seus funcionários mais longevos e mais amados por várias gerações de colegas, o motorista Nelio Sergio Nunes Marques. 

Nelio serviu a todas as gestões da Seccional desde fevereiro de 1985, ano em que Nilo Batista presidia a entidade, e trabalhou com a dedicação e o entusiasmo habituais até pouco antes de morrer, aos 66 anos. A causa foi um problema cardíaco descoberto após ele se sentir mal e ser levado para um hospital. 

“Trabalhar para a OABRJ é servir à advocacia fluminense. A  Ordem é feita por pessoas como Nelio, que dedicam a vida para que cada advogado e advogada possa desfrutar dos serviços que a entidade oferece. Ele era um dos mais fiéis e diligentes quadros com quem a Ordem tinha o privilégio de contar e sua partida está sendo profundamente sentida por todos. Neste momento de dor, ofereço condolências e apoio à família”, diz o presidente da OABRJ, Luciano Bandeira.

Wadih Damous, que presidiu a OABRJ entre 2007 e 2012, classifica o motorista como “um funcionário exemplar que acabou se tornando um amigo”. 

“Enquanto atuou comigo na Presidência da OABRJ, Nelio era muito dedicado, atencioso, diligente, leal e muito discreto. É um amigo que se vai, mais um dos tantos que já perdi nesses últimos meses por causa da pandemia. Estou muito triste e mando aqui minha solidariedade à família”.

A notícia da partida inesperada consternou os motoristas com quem Nelio dividia o dia a dia profissional, como João Carlos Guedes da Silva, conhecido carinhosamente como Fumaça, funcionário da Ordem desde 1996. 

Por serem os mais antigos da equipe e parte da mesma geração -  Fumaça tem 63 anos, três a menos que Nelio - os dois dividiam aquele tipo de amizade profunda construída por décadas de convívio intenso, cruzando o estado todo a serviço da OABRJ, em ronda pelas 63 subseções fluminenses.

“Sempre que precisávamos pernoitar na estrada, ele preferia dividir o quarto com o amigão aqui. Pela natureza do trabalho, acabamos convivendo mais com os colegas do que com a nossa própria família, e ele era um irmão para mim”, conta. 

“Trocávamos muito sobre o trabalho, sobre a vida, tínhamos pensamentos parecidos, a mesma postura, embora ele fosse mais discreto e eu, mais brincalhão. Vai fazer muita falta. Agora o posto de mais antigo é meu, mas ele sempre será meu líder. Que Deus lhe dê o descanso que ele merece”.

Para Moisés Rezende Menezes, que trabalhou por 16 anos ao lado de Nelio, o amigo também era visto como uma referência.

“Por ser o veterano, era tido como um pai pelos outros motoristas. Era extremamente generoso com quem começava, preocupava-se em ensinar as particularidades do trabalho. Devo muito a ele. Era excelente pessoa e profissional, um companheiro. Fará muita falta a toda a OABRJ”.

Nelio deixa esposa, filhos e netos.

O sepultamento será nesta sexta-feira, dia 8, às 13h no Cemitério Jardim de Mesquita - Capela J.

Abrir WhatsApp