Um dos pilares da gestão de Luciano Bandeira na OABRJ, o investimento na estrutura para o aperfeiçoamento profissional dos colegas, em especial na sua atualização, no preparo para a prática da advocacia em tempos de crise econômica no setor, ganhou um importante reforço: a Escola de Gestão de Pequenos e Médios Escritórios. Lançada na noite desta terça-feira, dia 28, na sede da Ordem, a escola será tocada pela também recém-criada Comissão de Qualificação da Gestão de Pequenos e Médios Escritórios de Advocacia e tem a proposta de percorrer todo o Estado dando instrumentos a colegas sócios de pequenos e médios escritórios para tocar suas bancas, com orientações que vão desde a criação, até captação e manutenção de clientela e a gestão propriamente dita. “Estimamos que os sócios de pequenos e médios escritórios representem de 80% a 90% dos inscritos na OABRJ. Eles são os maiores responsáveis por levar a sociedade ao Poder Judiciário. E precisam estar preparados para isso, ter um instrumental básico para desenvolver sua advocacia na economia em que vivemos, com as novas dinâmicas de automação do trabalho, de tecnologia. Saber gerir bem não é questão de capricho, é uma questão de sobrevivência hoje nessas bancas”, observou o presidente da comissão, Tiago de Mello Cunha, que tomou posse na cerimônia junto a todos os membros do grupo. Membro honorário da comissão, o secretário-geral da OABRJ, Álvaro Quintão, frisou a importância da atualização nos métodos de gestão: “Eu, por exemplo, continuo gerindo meu escritório da mesma forma que faço há mais de 20 anos. Continuo sem saber calcular se um processo vai me dar lucro ou se vou pagar para trabalhar nele. Como fazer essa conta? Entendemos que era fundamental que os colegas soubessem essas questões”. Segundo ele, o projeto vem no sentido de aproximar a Ordem de todos os colegas, percorrendo todas as cidades para entender como estão lidando com a crise financeira e atuar, tanto com palestras de orientação profissional, quanto por ajuda prática na estruturação de seus escritórios, que será possibilitada por convênios que a comissão está firmando com empresas. “A gente vê a grande maioria da nossa categoria tentando sobreviver no dia a dia dividindo escritório com colega ou às vezes nem isso, usando somente os escritórios compartilhados da Ordem. Parte da nossa classe vem passando por uma transformação e está cada dia mais afastada do mercado, dos centros de decisões. A cada temos mais profissionais concorrendo e alguns nem estão fazendo mais da advocacia a sua atividade principal. A Seccional entendeu que era necessário procurar essa advocacia e tentar qualificá-la para os novos desafios”, completou Quintão. Comissão terá caráter prático Coordenador das comissões da casa, o secretário-adjunto da Seccional, Fábio Nogueira, destacou a função prática da comissão e da escola que será tocada por ela: “Esta comissão não está aqui para instrumentalizar o advogado da mesma forma que as outras, qualificando-o para Direito Material ou Processual, por exemplo. Nosso objetivo com ela é franquear que os advogados e advogadas tenham acesso a um instrumental técnico de administração, de economia, questões simples mas que vão gerar grande diferença pro seu escritório”. Segundo ele, as orientações sobre gestão de processos e financeiras, caso bem aproveitadas pelos colegas, serão um benefício incalculável para suas carreiras: “São medidas que podem fazer a diferença entre ter um escritório deficitário e um escritório superavitário. E dinheiro no bolso do advogado e da advogada traz dignidade para esse advogado e advogada”. Diretor do Departamento de Apoio às Subseções, ele também ressaltou a interiorização do trabalho da escola já proposta desde a sua criação: “Se os advogados da capital sofreram com a crise, os do interior sofreram muito mais. Afinal, para vir se qualificar, se atualizar e conseguir se manter destacado no mercado, esses colegas precisam muitas vezes enfrentar horas de estrada para estar no Centro do Rio Por isso, todos os nossos esforços estão em levar esse projeto ao maior número de cidades possível, ao maior número de pessoas possível. Massificar. Porque para prestar um bom serviço de advocacia não basta o colega ser qualificado, é fundamental também que conheça essas técnicas”. Empossada como secretária da Comissão de Qualificação da Gestão de Pequenos e Médios Escritórios de Advocacia, Silvia Correia explicou como se dará a atuação da escola: “Explicaremos desde o início, a criação de um escritório. Os colegas precisam saber de prospecção de clientes, manutenção deles. Depois, em como gerir o que vier desse cliente, as contas de seu escritório. Saber que existe seguro para perda de prazo, por exemplo, e que não custa um valor abusivo. Saber qual é a hora de expandir, de contratar mais pessoas... A proposta da OABRJ é permitir que cada advogado se encontre nesse projeto de gestão”. Participaram também da cerimônia o vice-presidente da comissão, Cláudio Goulart, e a membro do Instituto Brasileiro de Pequenos e Médios Escritórios de Advocacia Marysol Salustiano. A atuação da Escola começará nas próximas semanas e o calendário será sempre divulgado previamente.