02/08/2023 - 15:08 | última atualização em 02/08/2023 - 15:16

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OABRJ presta assistência a jovem vítima de racismo

Mattheus Francisco foi ofendido por mulher em lanchonete na Zona Oeste do Rio

Felipe Benjamin





A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária (CDHAJ) da OABRJ recebeu na tarde de segunda-feira,dia  31, o jovem Mattheus da Silva Francisco, que afirma ter sido vítima de racismo em uma lanchonete em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Na madrugada de segunda-feira, o jovem estava na lanchonete quando teria sido verbalmente agredido com ofensas racistas por uma mulher que se identificou como Amanda Queiroz Ornela.


"Em casos de crimes de ódio, como racismo, nossa orientação é que a vítima sempre registre ocorrência na Decradi - Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância", afirmou o procurador da CDHAJ, Rodrigo Mondego. "Lá os policiais são treinados para atender vítimas desse tipo de crime, e não existe a possibilidade de revitimização, como ocorre, infelizmente, muitas vezes em delegacias distritais".



Após as ofensas, clientes que estavam na lanchonete fizeram registros em vídeo no qual é possível ver Amanda, que se apresentou como médica e "esposa de um miliciano", sendo confrontada e afirmando que "odeia pretos". Procurado pela imprensa, o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) repudiou as ações de Amanda e afirmou que não identificou nenhum registro no sistema no nome dela. Amanda teria ainda dito estar despreocupada, pois "racismo não dá cadeia", e afirmou que Mattheus teria furado a fila do caixa.

"Acolhemos o Mattheus, em caráter de urgência, na Comissão de Direitos Humanos, por entender que precisamos agir rápido", afirmou a procuradora da CDHAJ, Mariana Rodrigues. "O perecimento de provas é sempre um fator determinante. Vamos buscar justiça para Mattheus e auxiliar a resposta estatal para comprovar que o Estado Brasileiro responsabiliza sim o crime de racismo, diferente do que foi dito pela autora do fato".

As imagens registradas na lanchonete viralizaram na internet. Mattheus prestou queixa na 35ª Delegacia de Polícia de Campo Grande e Amanda foi conduzida para a delegacia. Inicialmente, ela negou as acusações e, posteriormente, preferiu manter-se em silêncio. 


"Combatemos o racismo diariamente na comissão por entendermos que a nossa sociedade carece muito de auxílio jurídico para tratar do combate aos crimes de ódio", afirmou a secretária-geral da comissão, Gláucia Nascimento. "A CDHAJ, pelo Grupo de Trabalho de Intolerâncias e Crimes de Ódio, acompanhará de perto as investigações".

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