Eduardo Sarmento Em parceria com diversas entidades, a Comissão de Direitos Sociais e Interlocução Sócio-Popular da OAB/RJ realizou, nesta quarta-feira, dia 3, uma atividade sobre a atual situação da população indígena no Brasil, em especial no Rio de Janeiro. "Nossa ideia é promover uma discussão da contemporaneidade da luta indígena no país, tratando de suas perspectivas e prognósticos", resumiu o presidente da comissão, Marcelo Chalréo. Um dos principais temas abordados foi o cenário dos indígenas em contexto urbano. João, da etnia Tikuna, chegou da Região Norte do país há poucos meses e observou que "a própria população do Rio de Janeiro tenta negar a existência de nossa população nas áreas urbanizadas". Ele também reclamou da invisibilidade e da falta de apoio de órgãos oficiais. "Tive contato com grupos de resistência e a partir daí fui entendendo como eram tratadas as questões indígenas. A Funai deveria estar à frente de todas as situações referentes à luta política indígena, mas isso não acontece. Essas associações que deveriam estar à frente da luta são omissas", constatou. Durante o evento foram exibidos pequenos vídeos de lideranças indígenas de várias regiões, com destaque para um curta sobre a retomada de territórios em Maquiné, no Rio Grande do Sul. A reunião contou com a participação de representantes do Conselho Indigenista Missionário, do Ministério Público Federal, de antropólogos do programa de pós-graduação do Museu Nacional e das etnias Guarani, Tikuna e Guajajara, além de professores, acadêmicos, advogados e militantes sociais. "O encontro serviu para ilustrar o cotidiano dessas lutas e reforçar redes de apoio e solidariedade militante, aproximações, conhecimentos e trocas, na certeza de que somente fomentando e maximizando a organização se avançará na luta", acrescentou Chalréo.