OAB/RJ quer punição para 'poderosos' Do site do Conselho Federal 17/07/2008 - "Há um fator em relação à impunidade que é verdadeiro: para os poderosos, aqueles que são os verdadeiros integrantes do crime organizado no Brasil, que estão infiltrados nos três Poderes da República, em altos escalões da administração pública e em alguns setores do empresariado, não há punição." A afirmação foi feita nesta quinta, dia 17, pelo presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, ao apoiar a proposta divulgada pelo Conselho Federal da entidade, de instalação imediata, no Congresso Nacional, de uma CPI do Colarinho Branco. Este seria o ponto de partida para a sociedade brasileira selar um pacto nacional contra a corrupção. Wadih Damous concorda com a opinião do presidente nacional da OAB, Cezar Brito, de que quando se fala em impunidade, a questão tem que ser tratada globalmente, como um todo. "A proposta da OAB Nacional de unificar todas as investigações hoje no Congresso em uma só CPI é louvável", afirmou Damous, defendendo, ainda, que tanto pobres quanto ricos sejam investigados. "No Brasil não há impunidade nos extratos inferiores da população, basta que nós examinemos a população carcerária". O dirigente da OAB fluminense lembrou que os crimes de colarinho branco são, claramente, um fator desproporção do sistema político brasileiro, pois têm conseqüências sociais graves. "Milhões de reais são desviados para atividades ilícitas e para a corrupção, ao invés de serem revertidos em prol da educação, da saúde e do saneamento básico", afirmou Damous. "Os poderosos que cometem crimes também estão sob a investigação policial, também merecem os rigores da lei". Em apoio à posição divulgada pelo Conselho Federal da entidade, a OAB fluminense realizará um ato público na próxima quinta-feira, dia 24, às 11h, com a presença do ministro da Justiça, Tarso Genro, da União Nacional dos Estudantes, da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e de demais entidades representativas da sociedade. Nesse ato, anuncia Wadih Damous, será defendida a ampla investigação de todos os crimes de colarinho branco que acontecem no Brasil. O ato público será realizado no plenário Evandro Lins e Silva, na sede da OAB do Rio.