11/10/2022 - 15:55

COMPARTILHE

Palestra na OABRJ debate impactos da autoalienação parental

Biah Santiago




A Comissão de Estudos sobre Alienação Parental da OABRJ realizou na manhã desta terça-feira, dia 11, no Plenário Carlos Maurício Martins Rodrigues, na sede da Seccional, um encontro para debater as consequências geradas pela autoalienação parental. 

Compuseram a mesa a presidente do grupo, Danielle Aguiar; e os palestrantes, a secretária-adjunta da comissão Lilibeth de Azevedo; e o advogado e professor, Sandro Gaspar.

“O nosso objetivo é promover discussões sobre o tema e a troca de experiências com diversos convidados que entendem do assunto”, explicou Aguiar. “A alienação parental está sendo colocada em pauta na sociedade, e precisamos estar atentos quanto a isso”.


As palestras abordaram o papel do autoalienado na sociedade e nos ambientes em que vive, por exemplo, o familiar e de trabalho. Outros temas retratados foram a Lei nº 12.318, de 2010 e suas implicações; além das várias formas de discriminação que transpassam pela alienação parental, por exemplo, o colorismo - preconceito com pessoas de pele negra, geralmente com tons de pele mais claro -, bullying, homofobia e gordobofia.

“Nós, como operadores do Direito, temos que pensar quais medidas podemos adotar para que a rejeição seja mitigada”, ponderou Lilibeth de Azevedo. “Nenhuma das ações existentes atualmente dá conta da autoalienação parental de fato. Temos que buscar soluções alternativas dentro dos litígios, para então conseguir impedir esse desacolhimento, assim como restabelecer os laços afetivos sempre na medida do possível”.

Segundo o advogado Sandro Gaspar, a conduta alienadora se inicia na esfera familiar, em que “as pessoas da família, como o pai e a mãe, não percebem que estão praticando isso, causando grande impacto na vida daquele indíviduo”.


“Vivemos em uma sociedade que nos julga e nos conduz à alienação parental”, refletiu o advogado. “A violência sofrida é justificada com o amor familiar, e isso está errado. São vários disfarces vindos através de elogios e instaurada pelo patriarcado, porque você simplesmente não corresponde ao que o outro espera. A homofobia, uma das práticas de alienação, por exemplo, é tão sutil que até mesmo as pessoas que militam pela causa, muitas vezes são homofóbicos imperceptivelmente. Por isso, é importante frisar que mais do que amar alguém, o importante é fazer o outro se sentir amado”.

O público participou do evento expondo relatos e questionamentos sobre o tema.

Abrir WhatsApp