17/07/2008 - 16:06

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Parentes de vítimas da violência querem fim da política de enfrentamento

Parentes de vítimas da violência querem fim da política de enfrentamento

 

 

Da Assessoria de Imprensa da OAB/RJ

 

17/07/2008 - Mães e pais de jovens mortos pela polícia e de policiais mortos em serviço, entidades civis pela paz e contra a violência urbana, lideranças comunitárias e religiosas e até oficiais da Polícia Militar dissidentes da atual orientação da Secretaria de Segurança Pública reuniram-se nesta quarta, dia 16, na Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro para discutir formas de pressionar o governador Sérgio Cabral para que abandone a política de enfrentamento em prol da redução de vítimas de tiroteios, balas perdidas e do despreparo policial.

 

Os cerca de 50 participantes debateram o "Manifesto pela redução de mortes por arma de fogo e reforma das instituições policiais do Rio de Janeiro". Decidiram escolher um local público na cidade, à semelhança da famosa Praça de Maio (onde as mães das vítimas da ditadura na Argentina se reuniam) para instalar um mural onde possam denunciar - e cobrar das autoridades - os números da violência no Rio. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, apenas nos primeiros quatro meses de 2008 já morreram de forma violenta 2.030 pessoas. Segundo o representante do movimento Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, "o que ninguém agüenta mais é ver cariocas morrendo todos os dias, e o que é preciso é usar as armas do bom senso e do diálogo para mudar essa política de segurança".

 

O presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, que abriu a reunião, disse que a sociedade está indignada com as tragédias provocadas pela política de enfrentamento - a mais recente, a morte do administrador Luiz Carlos Soares, atingido por tiros de PMs no próprio carro. "Estamos chegando a um ponto de, se acontecer a alguém ser vítima de um seqüestro, ter que torcer para que a polícia não apareça. Porque se aparecer, de acordo com a noção de segurança pública do secretário Beltrame,seremos todos metralhados. É inaceitável o comportamento das autoridades de segurança pública do Rio de Janeiro", criticou Damous.

 

Participaram do encontro os movimentos Rio de Paz,Viva Rio, Mães do Rio, Gabriela Sou da Paz, Rede das Comunidades e Movimento Contra a Violência, Federação das Favelas, Reage Baixada, Mães de Acari, o presidente do Conselho de Pastores do Rio de Janeiro, Marcos Gregório; o grupo denominado "Barbonos", de coronéis da Polícia Militar, o ex-comandante da PM Ubiratan Ângelo,entre outros.

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