Prefeito apresenta seus 12 projetos à Câmara Municipal Do Jornal do Brasil17/02/2009 - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, mostrou nesta segunda-feira que o Executivo entrará numa nova fase de relação com a Câmara dos Vereadores. Numa atitude há muito não vista, Paes compareceu à abertura dos trabalhos da Câmara Municipal. Ao contrário de seus antecessores, levou pessoalmente os projetos das 12 prioridades de seu primeiro ano de governo. Com ele, foram quase todos os secretários municipais e presidentes de empresas públicas da capital. Entre outros, destacam-se a revitalização do porto, o renascimento do Plano Diretor da cidade, a recuperação dos galpões abandonados na Zona Norte e no subúrbio e a liberdade para trocar a cooperativa de médicos que atende ao município. "Minha vinda aqui é um gesto carregado de simbolismo sim", disse o prefeito em seu discurso. "Mostra como entendo a importância desta casa. É uma postura de humildade de quem sabe que as opiniões do governo não devem sempre prevalecer. Estamos abertos a sugestões dos vereadores, sejam da base governista ou da oposição. Queremos evitar o constrangimento de vetar projetos aprovados aqui". Pouco dinheiro Depois de fazer um breve relato das dificuldades de investimento da prefeitura constatadas em seus primeiros 40 dias de administração - "a folha de pagamento aumentou em R$ 1 bilhão de 2008 para 2009" - o prefeito iniciou a leitura de sua agenda legislativa, segundo ele fundamental para que o Poder Executivo possa "atender aos anseios dos cidadãos cariocas". O clímax da leitura das 12 propostas foi quando o prefeito anunciou a retirada do Camelódromo da Uruguaiana da lista de áreas remanescentes das obras da Linha 1 do metrô a serem vendidas para obtenção de recursos para a Linha 4. Repleta de camelôs, uma das galerias explodiu em aplausos. "Foi um equívoco, por isso nós retiramos, mas ainda achamos que aquela área está subutilizada e transferimos a análise à Câmara. Se os vereadores entenderem que é necessário, buscaremos alternativas". Paes também ressaltou a importância de se criarem mais incentivos fiscais no Imposto Sobre Serviços para o grupo ThyssenKrupp, que constrói, agora sem a parceria da Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica do Atlântico, em Santa Cruz. "Com a crise internacional, a ThyssenKrupp suspendeu até obras nos Estados Unidos, mas manteve a da CSA", lembrou o prefeito. "É uma questão de justiça". Outro ponto frisado foi a mudança do regime empregatício dos membros da Guarda Municipal. "O impacto orçamentário dessa mudança é menor a curto prazo, porque o estatutário custa menos que o celetista". O prefeito disse ainda aos vereadores que os projetos de lei sobre parcerias público privadas e a regulamentação de organizações sociais na administração serão eficazes contra várias mazelas cariocas: "As PPPs serão importantes para saneamento da Zona Oeste e para o próprio corredor T5. E as organizações sociais podem ser instrumentos mais eficazes, por exemplo, que as cooperativas de médicos". Incentivos Para a Zona Norte, Paes acenou com a revitalização de galpões e prédios abandonados, via incentivos, e com a criação de empregos em curto prazo, pela chegada de empresas de call center, que também teriam facilidades para se estabelecerem nos subúrbios. "Essas empresas, embora às vezes não gostemos de como nos atendem, empregam muitos jovens". Paes foi aplaudido pelos vereadores apenas uma vez, ao dizer que seu gabinete estará aberto aos integrantes da base aliada e até mesmo da oposição. "Podem me procurar e a qualquer um dos secretários", disse aos parlamentares. "Se for urgente, até cancelo compromisso de agenda para atender".