06/02/2020 - 20:35 | última atualização em 07/02/2020 - 13:07

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Primeira sessão solene do Conselho Pleno da OABRJ é marcada por inaugurações e homenagens a Sergio Fisher

Clara Passi e Matheus Domingues

A saudade de Sérgio Fisher, morto em 9 de janeiro, aos 74 anos, vítima de leucemia, deu o tom da abertura da primeira sessão do Conselho Pleno da OABRJ em 2020, realizada nesta quinta-feira, dia 6. Motivou depoimentos emocionados de quem conviveu com o ex-vice-presidente e membro do Conselho Consultivo da OABRJ, inspirou sugestões de homenagens e preencheu o plenário Evandro Lins e Silva durante o minuto de silêncio protocolar.

Com meio século de militância na advocacia, Fisher tornou-se uma referência para a classe. Formou-se em 1969 e iniciou sua participação no cotidiano da OABRJ na década de 1980.

Por Fisher ter presidido o Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional no biênio 1987/1988 e no triênio 2013/2015, Luciano apresentará ao Conselho Seccional a sugestão de conceder a Medalha Raymundo Faoro in memoriam.

Fisher foi também tesoureiro, conselheiro federal pelo Rio de Janeiro e presidente da Comissão dos Juizados Especiais Cíveis. À época da morte, o presidente da Seccional, Luciano Bandeira, decretou luto oficial de três dias.

“Era um bravo”, disse o presidente da Comissão de Relações Institucionais, Marcus Vinicius Cordeiro, umas das várias vozes que se levantaram. “Tem uma imensa folha de serviços à Seccional, era um bom conselheiro, um orientador dos presidentes de subseção”, lembrou o assessor-executivo da Presidência da OABRJ, Carlos André Pedrazzi.

“Foi um professor de muitos e muitos”, contou o presidente da Comissão de Direitos Sociais e Interlocução Sócio-Popular da Seccional, Marcelo Chalréo.

“Tive o privilégio de ser amigo e trabalhar com Sérgio nos últimos 40 anos. Nunca se deixou fraquejar. Sabendo do preço que se paga, sobretudo por ser advogado, de se declarar portador de uma doença como o câncer. Era extremamente amigo dos amigos, a todos dedicava uma dignidade ímpar”, disse o presidente da Comissão de Defesa do Estado Democrático de Direito, Luís Guilherme Vieira.

Pintura que pertenceu a Evandro Lins e Silva enfeita plenário que leva seu nome


Marcando o encerramento da primeira sessão, o presidente da Seccional, Luciano Bandeira, inaugurou uma pintura de Evandro Lins e Silva no plenário da Ordem que leva seu nome e uma galeria em homenagem aos agraciados com a Medalha Raymundo Faoro - comenda oferecida a advogados que se destacaram pelos serviços prestados à classe.

O quadro de Evandro Lins e Silva foi doado à OABRJ pela família do jurista. Na solenidade, Luciano destacou a importância de Evandro para a entidade e para sociedade.

“Ele é para nós, advogados e advogadas, para a sociedade brasileira e para a cidadania uma inspiração muito grande”, ressaltou.

O filho de Evandro Lins e Silva, Eduardo Lins e Silva, participou da solenidade e falou sobre a ligação e as contribuições do falecido jurista para que a Ordem não fosse apenas uma entidade de classe:

“Meu pai integrou o Conselho Seccional em 1945 e tentou pedir, em nome da OAB, um habeas corpus em favor de advogados presos pelo Estado Novo. Naquele momento isso não foi possível, porque a Ordem era vista apenas como uma entidade de classe. A partir desse episódio, ele se dedicou a mudar esse pensamento e fazer da OAB uma representante, de fato, da cidadania”. 

Galeria Raymundo Faoro


Após a inauguração do quadro de Evandro Lins e Silva, foi a vez de inaugurar a galeria com as fotos dos ganhadores da Medalha Raymundo Faoro. A honraria é dada pela Seccional a cada três anos a um nome de destaque pelos serviços prestados à advocacia. Os juristas João Baptista Lousada Câmara e Marcos Bruno, os primeiros a receber a comenda, estiveram presentes na inauguração e agradeceram a homenagem.

“Está casa é principalmente uma casa de convívio entre amigos. Aqui você faz amizade. Por isso agradeço a homenagem. Espero continuar prestando serviço, agora como conselheiro nato, tanto do Tribunal de Ética, quanto do Conselho”, disse Lousada Câmara.

Marco Bruno ressaltou as experiências vividas na OAB como fundamentais para a condecoração: “Aqui nós temos duas galerias: uma decorrente do voto dos advogados, a dos presidentes da casa; e essa, inaugurada hoje, decorrente do tempo e resultado da nossa convivência com a Ordem. Eu me sinto honrado por ter sido lembrado pelos colegas para figurar aqui”, disse.

A galeria está instalada no hall do 4º andar, local que abriga os plenários Evandro Lins e Silva e Carlos Maurício e a galeria de ex-presidentes da OABRJ. 

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