Procurador recorre a CNJ para que juíza suspeita continue a ser investigada Do jornal O Globo 07/03/2009 - O chefe da Procuradoria Regional da República da 1ª Região, Ronaldo Albo, pediu ontem ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que anule a decisão do desembargador Olindo Menezes de arquivar as investigações da Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 1ª Região contra a juíza Ângela Catão, da 11ª Vara Federal de Belo Horizonte. Na quarta-feira, o plenário aprovou por unanimidade a promoção da juíza à desembargadora do tribunal. Ângela Catão é um dos alvos da Operação Pasárgada, que investiga o envolvimento de magistrados e conselheiros dos Tribunais de Contas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro em desvios de verbas de prefeituras. Em relatório enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o delegado Mário Alexandre, coordenador da operação da PF, sugere o indiciamento da juíza por corrupção e formação de quadrilha, entre outros crimes. Albo recorreu porque, para ele, Menezes não aprofundou a apuração sobre a juíza. O desembargador chegou a rejeitar o pedido de Albo de requisitar ao STJ cópia do novo relatório em que a PF detalha as acusações. PF não consegue interrogar conselheiro do TCE-RJ Numa outra frente das investigações, a Polícia Federal está com dificuldade para interrogar o conselheiro Jonas Lopes, do Tribunal de Contas do Rio. Dia 18, o delegado Mário Alexandre, enviou um ofício ao conselheiro pedindo que ele marque hora, local e data do depoimento, mas ainda não obteve resposta. Desde então, o delegado examina a possibilidade de conduzir Jonas Lopes à força até uma delegacia da PF para que ele responda sobre o suposto envolvimento com o Grupo SIM, empresa de consultoria de Belo Horizonte acusada de pagar propina para facilitar a aprovação de contas irregulares de prefeituras. O advogado de Jonas, Nélio Machado, disse que a condução coercitiva seria ilegal: "Isso é um abuso de poder. É uma conduta criminosa. Ele (o delegado) não terá tal ousadia", disse Machado, que recorreu ao STJ, com uma petição para que o ministro Paulo Gallotti, proíba o delegado de indiciar Jonas.