27/03/2009 - 16:06

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Providência: um ano depois, outra execução é denunciada à OAB/RJ

Providência: um ano depois, outra execução é denunciada à OAB/RJ


Da Assessoria de Imprensa da OAB/RJ

27/03/09 - A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Margarida Pressburger, solicitou hoje (27/3), à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, proteção para a família de José Carlos Barbosa, de 22 anos. Parentes e moradores do Morro da Providência denunciaram à comissão que o rapaz, desarmado e sem chance de defesa, foi assassinado por policiais militares do 5º Batalhão. José Carlos era irmão de Marcos Paulo Campos, um dos três jovens que, em junho do ano passado, foram entregues por militares do Exército a traficantes do Morro da Mineira, que os mataram. 

"A OAB já tem informações suficientes para que esta denúncia seja apurada e os responsáveis, alguns dos quais já temos a identificação, responsabilizados. Isso não vai passar em branco", afirmou Margarida Pressburger, para quem é fundamental, agora, assegurar proteção à família.

 

De acordo com os testemunhos, a mãe de José Carlos, ao tentar ver o corpo do segundo filho morto em menos de um ano, foi agredida e jogada no chão pelos policiais militares, que também deram socos e pontapés em outra senhora que tentou se aproximar, deixando marcas na cabeça e nas pernas das mulheres. O corpo do rapaz, que segundo a família não tinha passagens pela polícia nem envolvimento com o tráfico local, foi sepultado nesta sexta-feira no Cemitério São João Batista, em clima de revolta. Ele era casado, tinha um filho de 2 anos e sua mulher deverá dar à luz novamente nos próximos dias.  A OAB/RJ informou o caso também ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, deputado Marcelo Freixo.

 

Nos depoimentos prestados na OAB, as testemunhas disseram que os policiais já chegaram - numa Blazer, número (parcial) 0577 - na rua do Monte atirando. Houve correria e José Carlos, como outros moradores que passavam, tentou se abrigar, mas foi atingido por três tiros. Os policiais, segundo os depoimentos, enrolaram o corpo dele num tapete e jogaram dentro do carro. Não se sabe se ainda vivo. No Hospital Souza Aguiar, para onde a polícia o levou, José Carlos estava identificado como Jorge da Conceição Oliveira, o JG, conhecido traficante local. A verdadeira identidade foi restabelecida com o reconhecimento dos parentes. No atestado de óbito, consta que José Carlos tinha "ferimentos transfixantes no pescoço, tórax e abdomen".

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